sábado, 23 de janeiro de 2010

Portugal ou um outro local qualquer do Norte da Europa


E porque não? Afinal não somos todos altos, loiros e espadaúdos?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Funge na Cachupa

A minha família é assim, meia esquisita, tipo Funge na Cachupa.
Sempre comemos coisas estranhas, que mais ninguém come e que ninguém parece conhecer ou ter ouvido falar e, quando ouvem, ficam arrepiadas.
Não obstante de na nossa casa sempre se ter comido funge e Muzongê, coisas que petrificavam as minhas amigas de medo, há coisas bem mais estranhas a entrarem nos nossos sistemas digestivos.
Então lembrei-me de fazer uma lista de coisas só nós comemos e mais ninguém conhece:
- pão com manteiga e açúcar. Imaginem-se crianças e a vossa mãe proibiu-vos de rapar a bacia da massa do bolo. Agora, há uma figura adorável nas nossas vidas chamada avó, que nos dá um belo papo-seco com bué de manteiga e açúcar. Os olhos já brilham, não é?
- arroz de forno no dia seguinte com ovo estrelado por cima. Os restos do arroz torrado, agarrado à assadeira, bem tostado como eu gosto. Já imagino a mais nova a lamber os lábios;
- salada de azedas, essa bela erva que cresce nos muros Transmontandos e da qual até os mais cépticos (aqueles que duvidavam da existência dessa mítica planta) se tornaram fiéis seguidores.
- bolo de Gilda: com suas frutas secas a rodos, o creme de ovo a cobrir todo o bolo e regado com muitas saudades. É feito com muito amor e carinho e toda da dedicação do MUNDO. É o bolo oficial da família, é aquele que se usa nas melhores festas. Se há celebração, há bolo de Gilda.
- Banana com queijo...E há quem tenha comparado isto a comer pizza com arroz. Há gostos para tudo;
- massa de cabidela de coelho: ai que saudades. Tenho que parar já com isto.
-e agora, the last but not the least, o mais hediondo, o mais arrepiante e horripilante: ovo estrelado com açúcar na gema. Sim, eu sabia que essa seria a vossa reacção.
Mas não interessa o que comamos, porque teremos sempre um resto de bifinho no forno, para pôr dentro do pão e apaziguar os estômagos mais revoltos e apaziguar a fome.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Primeira década!

Passagem de ano.
Planos? Esses eram muitos, mas não concretizados.
Acabou-se por encetar uma solução agradável e calma, da qual todos os participantes alinharam.
O Plano era simples: sair às 15:00, para apanhar o barco, transportar todas as nossas imbambas (nem imaginam quantas) ainda de dia e aproveitar o último dia do ano.
Bom, eram 17:00 quando saímos de casa assolados com a seguinte notícia: a estrada para o embarcadouro estava fechada! E agora, vamos fazer mais como então? As coisas eram mais que muitas, para trás deixámos o que poderia ser dispensável (claro que não foi a cerveja que deixámos para trás).
Enfim, lá se arranjou forma de nos transportarem as imbambas (por 2000 kz que nesta altura do ano a inflação aumenta), com o recado do transportado "avisa só as kotas que vêm aí para queimarem". Ou seja, era mais que tarde e fazer a viagem de barco à noite era algo que ninguém colocava.
Chegámos a correr, apanhámos o barco (pelo dobro do valor normalmente praticado também), fiz a viagem a uma velocidade alucinante com uma botija de gás aos pés e com um parceiro de banco que dizia: "esse mambo está descontrolado".
Chegámos a bom porto, ainda a tempo de ver de terra o último pôr-do-sol da primeira década do século. como não podia deixar de ser, deslumbrante como só em África pode sê-lo.

(primeiro pôr-do-sol de 2010) ~

Descarregámos na simpatiquíssima casa da família Batalha, que nos acolheu no último e primeiro dia do ano.
Só havia um senão: a bomba estava avariada e tínhamos que tomar banho com o famoso caneco. Ninguém se pareceu importar muito com isso. Afinal, a vida em África, por muitas versões que se apresentem, é sempre assim.

Aproximava-se a hora da mudança de ano e ninguém tirou a indumentária: saia ou calças de praia, t-shirt (ou simplesmente para os srs. de tronco nu) e em comum as havaianas (como dizem os angolanos: sai e vai).

Estava uma temperatura mínima 29ºC e ninguém parecia importar-se com isso.
Jantámos um belo repasto que o calor exigia, regado com umas cervejinhas fresquinhas, e para matar saudades de casa uma bela garrafita de maduro tinto.

Tudo é diferente: calor, churrasco, cerveja, pés na areia, ao contrário de frio, bacalhau e peru, vinho e pés em frente à lareira.

(mesa de jantar)


Meia noite: estava tão preocupada a engolir as passas com a porcaria do champagne que nem consegui pedir os desejos. Todos os anos é a mesma coisa. Só desejei que tudo acabasse rápido... mentira, lembro-me de um desejo relacionado com o euro milhões!
(make a wish upon a star)


À meia noite com os pés dentro de água, fogueiras e festas em toda a parte. Estes angolanos sabem como fazer uma festa!


Nós alinhámos na festa, afinal faziamos parte da família!


Muitos são os desejos para 2010:


- que todos os pôr-do-sol sejam como este do primeiro ano,
- que os amigos estejam sempre presentes;

- que os dias sejam quentes e cheios de esperança e confiança na mudança,
- que amanhã acordemos e estejamos num lugar muito melhor.



Dia 1- Dia de Iury da Cunha. Os meus ossos já não estão para isto. À espera até às 4:00 por um concerto, acabámos por chegar a casa completamente derreados às 6:00. Ao volante alguém gritava: onde está o meu Logans! Como diria uma amiga: MEDO!



Dia 2 - Sangano
(Miradouro da Lua, a caminho da Barra do Kwanza)


Há dias maravilhosos. What else?


Recomendações para 2010? Vamos fazer mais como então?