segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Hoje não é Carnaval a sério!

É em alturas como estas que me dá uma imensa saudade.
Hoje falava com a minha prima, que se encontra num outro canto do Mundo, também ela impedida de participar nas nossas tradicionais actividades carnavalescas. Do outro lado de um computador ela dizia-me: “já sabes do elas se vão disfarçar este ano? De banda heavy metal dos anos 80”. Deu-me ganas de me meter no primeiro avião e ir direita à casa da minha avó.
O carnaval é para mim, muito mais que uma época de folia, de alegria, de despir as máscaras de todo o ano. É um momento de família.
Durante décadas (posso dizer 3), acompanhei em conjunto com as minhas irmãs e primas (e mais recentemente o primo) de uma autêntica tradição familiar impulsionada pela minha avó.
Primeiro íamos como manda a tradição, com os fatos escolhidos pelas mães ou pela avó, que nos tentava sempre incluir no grupo mais bonito de todos. Com o passar do tempo, evoluímos para algo mais alternativo. Ao tornarmo-nos independentes, também assim se tornaram as nossas fardas.
Há quem não perceba minimamente do que estou aqui a falar, mas para quem percebe, sabe o gozo que é ao Sábado andar a fugir na rua porque nos podem enfarinhar ou partir cântaros à porta de casa, no Domingo comer à pressa para ir a saltar na marcha e cantar aos altos berros uma música cuja letra nunca ninguém acerta, segunda-feira alternar entre insultar o vizinho do bairro ao lado ou fazer sku na Serra da Estrela, ir ao bailarico e por fim, na terça-feira, ir ao despique. Tudo fechado pelo baile com a banda mais badalada da altura (e que já toca há 3 décadas, mas que já mudou de nome).
Graças ao Carnaval sei entoar de cor e salteado todas as músicas de carnaval e ganhei o gosto por todo e qualquer bailarico.
Como não vai dar a música do “meu amigo Charlie Brown”, vou-me contentar em cantar uma kizomba.
Mas como protesto não me mascaro!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Soyo no Mundo

é assim o Soyo visto do espaço.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O Congo é já ali.

Quando surgiu a oportunidade de vir trabalhar para o Soyo, a única coisa que me ocorreu é que ia estar na terra que tinha dado o nome ao meu papagaio.
O que sabia eu do Soyo? Que tem floresta, petróleo, tem o rio Congo, tem papagaios cinzentos de cauda vermelha e que a República Democrática do Congo é do outro lado do rio.

(O Congo vê-se lá ao longe, do outro lado do rio)

O calor é assolador, a humidade deixa o ar irrespirável, a chuva cai torrencialmente e os insectos são de enormes proporções.

A cidade do Soyo parece parada no tempo. Há um cafezito, que é o porto de abrigo dos poucos portugueses que aqui andam.
O que tem o Soyo para nos oferecer? Mais do mesmo diria eu. Numa terra produtora de petróleo, onde é possível ver as plataformas em chamas ao largo, encontramos estadas esburacadas (desculpem, buracos de onde às vezes emerge asfalto), crianças despidas, ausência de água canalizada ou de luz eléctrica, ausência de serviços, supermercados para encontrar os bens mais essenciais. Não há restaurantes nem cinemas. Não há gente a animar a ruas.
A beleza natural acaba por nos fazer esquecer o que nos rodeia, como se envolvesse toda a pobreza e decadência das ruas.
As congolesas abundam, também elas à procura do el dorado em que Angola se tornou. Na terra das oportunidades, os negócios multiplicam-se.
De facto, apenas a beleza do local, nos pode fazer esquecer toda a pobreza que aqui se vê, neste recanto produtor de petróleo (Angola é o maior produtor Africano, acima da Nigéria) as filas para o gasóleo só acontecem uma vez por semana, que é quando há. Todos lutam por 20 L desse precioso líquido para fazer funcionar os geradores que alumiam a sua vida.
O Soyo é uma imagem de um país que vive entre a Guerra e a paz. Onde os canhões da guerra, que emergem da areia, são polvilhados de crianças a brincar. É uma imagem interessante, quando todos nos parecemos esquecer da devastação a que este país foi sujeito.
Mas o progresso tem um sentido único, esperemos que seja em frente.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Força Companheiro Vasco

Uma amiga disse-me hoje: "estou tão grande que quase chego ao Huambo".
Ao que eu respondi "esforça-te um bocadinho mais para chegares rápido".
Espero estar aí no grande dia, porque Vascos em Abril são uma promessa de um futuro melhor!