quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Quando eu morrer
Não me dêem rosas
Mas ventos
Quero as ânsias do mar
Quero beber a espuma branca
Duma onda a quebrar
E vogar

Ah, a rosa dos ventos
A correrem na ponta dos meus dedos
A correrem, a correrem sem parar.
Onda sobre onda infinita como o mar.
Como o mar inquieto
Num jeito
De nunca mais parar.

Por isso eu quero o mar.
Morrer, ficar quieto,
Não.
Oh, sentir sempre no peito
O tumulto do mundo
Da vida e de mim.

E eu e o mundo.
E a vida.
Oh mar
O meu coração
Fica para ti
Para ter a ilusão
De nunca mais parar

Camping em Cabo Lêdo

A minha mãe sempre me disse que me fugia o pé para o chinelo.
Sempre passei férias de mochila às cotas, a dormir na pensão estrelinha do local ou no parque de campismo. De doc martens enfiadas nos pés percorri km por essas estradas fora, de comboio, de carro, de autocarro, sempre à procura.
Eis que fui crescendo e tive que abdicar das Doc Martens... mas tudo o resto permaneceu.
Aqui ficam as fotos de um acampamento em Cabo Lêdo, afinal as coisas ainda são como antigamente.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Um passeio no Kwanza

Qual Fidel a bordo do "granma",eis-me no Rio Kwanza a fazer a Revolução!



"O' Sailor"
I'm undecided about you again
Mightn't be right that you're not here
It's double-sided, cause I ruined it all
- But also saved myself, by never believing you, Dear
Everything good, I deem too good to be true
Everything else is just a bore
Everything I have to look forward to
Has a pretty painful and very imposing before

O' Sailor, why'd you do it
What'd you do that for
Saying there's nothing to it
And then letting it go by the boards
O' Sailor, why'd you do it
What'd you do that for
Saying there's nothing to it
And then letting it go by the boards
I have too been playing with fifty-two cards-
Just cause I play so far from my vest
Whatever I've got, I've got no reason to guard
What could I do, but spend my best
O' Sailor, why'd you do it
What'd you do that for
Saying there's nothing to it
And then letting it go by the boards
O' Sailor, why'd you do it
What'd you do that for
Saying there's nothing to it
And then letting it go by the boards
And after waiting, fighting patiently on my knees
All the other stuff tired itself out first, not me
And in its wake, appeared the touch and call
Of a different breed
One who set to get me wise, and got me there
And then, got me
And what a thing, to know what could be instead
Oh, what a blessed curse; to see
It took the agenda from its place in my bed
Made a merry paramour of me
O' Sailor, why'd you do it
What'd you do that for
Saying there's nothing to it
And then letting it go by the boards
O' sailor, why'd you do it
What'd you do that for
Giving me eyes to view it
As it goes by the boards

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A ver passar o vento

A minha mãe sempre me disse que melhor que ter um barco era ter amigos que tivessem um barco...
Até à data, tem-se comprovado uma boa teoria, não desfazendo dos amigos que têm o barco e da simpatia de me acolherem a bordo.
Quando no Sábado liguei a uns amigos para lhes falar de um amigo que gostava de andar de barco, recebo o convite para fazer parte da tripulação no Domingo. Nem hesitei. Perguntei às minhas parceiras se estavam interessadas e marcámos o encontro para Domingo no Club Náutico às 13.
Ainda recebemos o aviso: tragam casacos que está frio. E levámos uns casaquitos de malha que se revelaram infrutíferos em matéria de protecção contra o frio gélido do vento. Convém dizer que eramos as 3 marinheiros de banheira...
O Objectivo era ver as baleias. Nesta altura do ano as baleias migram desde o frio do Pólo Sul, até ao Gabão para darem à luz. É possível vê-las com facilidade a pocas milhas da costa.
Zarpámos do porto, atravessando a fedorenta baía de Luanda (triste de ver), à espera que mais ao largo o vento fosse mais favorável.
Fomos andando devagar até cruzar a ponta da ilha.
Entretanto íamos tendo as conversas habituais: conheci alguém que vos conhece e é primo, de não sei quem. E tu quem és? Ah, eu sou filha do fulaninho tal que é primo de alguém. Daquele que trabalhava ali? E tu és sobrinho desse? Andei com o teu tio ao colo.
Numa viagem de barco, chegasse facilmente à conclusão que o mundo é um penico!

Mas focalizando no barco, começámos a velejar em direcção ao mar alto, na expectativa de ver um repuxo... mas nada.
O frio começava a apertar, estavamos a voltar, e nada. Os enjoos começaram...e nada.
Mas eis que sentada a conversar de repente vejo uma barbatana dorsal, ponho-me a pé e digo: é um golfinho!
Não era 1 mas 3 que nos deram o prazer da sua companhia quase até à entrada da Baía, onde água se torna demasiado poluída para suportar qualquer tipo de vida.
Foi um deleite obsevarmos os saltos e as bricadeiras...
Será que nos voltamos a ver?