sábado, 26 de fevereiro de 2011

o Mundo em que vivi

Fui criada num mundo dividido em dois. De um lado estavam os bons, os nossos, do outro estavam os maus.
De repente o mundo começou a mudar. Ruiu o Muro de Berlim, deixou de haver União Soviética, depois Jugoslávia. De repente já podiamos jogar Trivial porque não sabiamos como o mundo se chamava.
A partir daí começou a reorganização. Novos países, novos credos, novas políticas. Novos mundos, num mundo tão velho.
Depois as velhas feridas abriram e as guerras começaram: Balcãs, Golfo, Afeganistão, enquanto as guerrilhas continuavam.
Passados 10 anos da desmantelação da União Soviética, caem duas torres. Cairam muitas a seguir.
De repente olho em volta e não reconheço o Mundo em que Vivi.
Se o comunismo falhou, se o Capitalismo faliu, para onde caminhamos nós?
Olho para os Egiptos, Tunísias, Yemens, e não consigo perceber onde e como o Mundo vai parar!
Dou por mim a pensar que falta algo que faça sentido, mas o quê?
Continuo a não reconhecer o Mundo em que vivi...

domingo, 20 de fevereiro de 2011



Que tenho andado desaparecida... é o que mais me dizem.
As novas tecnologias já não são o que eram, o que nos obriga a uma constante actualização do nosso estado de espírito.
Verdade seja dita: primeiro foi o fim de ano, todo ele rotundo. Finalíssimo, a uma sexta-feira. Gosto quando as coisas acabam mesmo no fim, que é quando têm que acabar, assim soube que o ano tinha mesmo mudado. Não porque me obrigavam a engolir uvas passas, ou porque o fogo de artifício iluminava o céu, não apenas e simplesmente por que o ciclo se fechou.
Depois disso, foi passando o tempo e a vontade, fui passando por vários destinos.
Huambo, com as nespereiras e goiabeiras do quintal carregadinhas de fruta!
Soyo, sempre com o mesmo sotaque.
Benguela, com a Caotinha à minha espera.

Luanda, demasiado repleta de tudo... gente, cheiro e agora água.
Assim corre o tempo, entre um pé e o outro.
E também tive que matar saudades da Camba!
Tudo isto requer tempo, tudo isto requer vida.
É preciso estar presente, para existir.