Em 34 anos dá muito tempo para ter medo, para ter saudades, para desisitir e por fim, ultrapassando tudo isso, regressar e assim regressou a minha família. É tempo para sarar algumas feridas e ganhar coragem. Faz-se o tempo de vontade.
Tudo começou com a minha irmã mais nova, num desafio. Depois a do meio também alinhou. Daí até à mãe também decidir vir, com uma lagriminha no canto do olho que significava "vou voltar a ver a minha terra".Daí até serem comprados os bilhetes e tratados os vistos, já não havia retorno. Agora era para Angola e em força...(mas para uma outra luta).Depois planeei toda a viagem:
- Luanda, para marcar os trilhos, reconhecer locais, (re)ver caras conhecidas;
- Luanda, para marcar os trilhos, reconhecer locais, (re)ver caras conhecidas;
- tratar do bilhete da mais velha, que tem direito a ser cidadã;
- Benguela, parando nas quedas de água do Sumbe e percorrendo a estrada mais bonita de Angola.
- De Benguela ao Namibe;
- do Namibe ao Lubango;
- do Lubango até ao Huambo;
- do Huambo rumando a Malanje
-e por fim regresso a Luanda.
Tudo isto para cumprir em 2 pequenas semanas, com o único objectivo de suprir afectos. Afectos de lugares que não se esquecem e dos que se tudo faz por se esquecer, de rostos que permanecem nos lugares como que há espera que voltemos ao nosso canto, de árvores e quintais que diminuem de tamanho... de tudo isso e de um pouco de aventura se compôs está viagem. A aventura começou no dia 16 de Abril, pelas 6:00 quando o telefone trinou e uma voz do outro lado avisou: "Chegámos".
Depois de uma noite de kizombas e sentir uma bigorna na cabeça, levantei-me a correr cheia de mau-humor, mas no sentido do cumprimento do dever.
Dirigi-me ao aeroporto 4 de Fevereiro, onde aguardaei durante cerca de 30 minutos pelas princesas.
A partir daqui deixo as imagens falar.
A viagem terminou com um profundo e convicto: "Agora venho cá mais vezes" Ah Sorte...
O primeiro contacto com a terra foi emocionante... Como ainda tinhamos tempo a minha mãe pediu-me para passar nalguns locais.
O primeiro contacto com a terra foi emocionante... Como ainda tinhamos tempo a minha mãe pediu-me para passar nalguns locais.
Foi engraçado ver que passados 34 anos, a partir de um ou dois pontos de referência é possível reconhecer e refazer uma cidade.
Depois da volta de reconhecimento, partimos para Cabo Ledo, afastando a família para bem longe do burburinho e da confusão de Luanda. O tempo estava maravilhoso, o mar convidativo.
Depois da volta de reconhecimento, partimos para Cabo Ledo, afastando a família para bem longe do burburinho e da confusão de Luanda. O tempo estava maravilhoso, o mar convidativo.