terça-feira, 31 de maio de 2011

Volta a Angola em 34 anos

34 anos é muito tempo...Uiiii, tanto tempo.
Em 34 anos dá muito tempo para ter medo, para ter saudades, para desisitir e por fim, ultrapassando tudo isso, regressar e assim regressou a minha família. É tempo para sarar algumas feridas e ganhar coragem. Faz-se o tempo de vontade.







Tudo começou com a minha irmã mais nova, num desafio. Depois a do meio também alinhou. Daí até à mãe também decidir vir, com uma lagriminha no canto do olho que significava "vou voltar a ver a minha terra".Daí até serem comprados os bilhetes e tratados os vistos, já não havia retorno. Agora era para Angola e em força...(mas para uma outra luta).Depois planeei toda a viagem:
- Luanda, para marcar os trilhos, reconhecer locais, (re)ver caras conhecidas;

- tratar do bilhete da mais velha, que tem direito a ser cidadã;

- Benguela, parando nas quedas de água do Sumbe e percorrendo a estrada mais bonita de Angola.

- De Benguela ao Namibe;

- do Namibe ao Lubango;

- do Lubango até ao Huambo;

- do Huambo rumando a Malanje

-e por fim regresso a Luanda.




Tudo isto para cumprir em 2 pequenas semanas, com o único objectivo de suprir afectos. Afectos de lugares que não se esquecem e dos que se tudo faz por se esquecer, de rostos que permanecem nos lugares como que há espera que voltemos ao nosso canto, de árvores e quintais que diminuem de tamanho... de tudo isso e de um pouco de aventura se compôs está viagem. A aventura começou no dia 16 de Abril, pelas 6:00 quando o telefone trinou e uma voz do outro lado avisou: "Chegámos".

Depois de uma noite de kizombas e sentir uma bigorna na cabeça, levantei-me a correr cheia de mau-humor, mas no sentido do cumprimento do dever.


Dirigi-me ao aeroporto 4 de Fevereiro, onde aguardaei durante cerca de 30 minutos pelas princesas.

A partir daqui deixo as imagens falar.


A viagem terminou com um profundo e convicto: "Agora venho cá mais vezes" Ah Sorte...
O primeiro contacto com a terra foi emocionante... Como ainda tinhamos tempo a minha mãe pediu-me para passar nalguns locais.

Foi engraçado ver que passados 34 anos, a partir de um ou dois pontos de referência é possível reconhecer e refazer uma cidade.
Depois da volta de reconhecimento, partimos para Cabo Ledo, afastando a família para bem longe do burburinho e da confusão de Luanda. O tempo estava maravilhoso, o mar convidativo.

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