sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

É Carnaval, ninguém leva a mal!




É Carnaval, é tempo de folia e de foliões. É tempo de dar asas à imaginação e soltar de dentro do peito as mais recônditas fantasias.
Há os que aguardam todo o ano para se fantasiarem de mulheres, há outros que simplesmente tiram a máscara!
Desde há muito tempo que não passava o Carnaval longe da família, longe da azáfama de última hora para tentar descobrir o que iríamos trajar. Normalmente estaria à volta de um agrafador e de uma máquina de costura a lutar com um pedaço de tecido na expectativa de que ele se transforme numa farda de Carnaval apropriada para ir ao desfile.
Este ano foi um pouco diferente, não sem o seu quê de emocionante e inovador, fui para Benguela, onde o Carnaval é a sério!
Saí de Huambo na sexta-feira ao fim da tarde, juntamente com outro folião e amigo de farra séria, rumo a Luanda. O trajecto é o que sabemos, mais buraco para a esquerda, mais buraco para a direita, mas o destino lá se aproximava. Por volta da meia-noite vislumbrámos Catete e ao fundo já se sentia o cheiro de Luanda. Um céu polvilhado de estrelas, que estendiam o seu denso manto até ao chão, foi salpicando e embalando a nossa viagem.

Chegada a Luanda, há que retemperar as forças com uma banhoca fresquinha, que é a única coisa fresca naquela cidade, dormir umas horas para ao amanhecer sair para Benguela.
Fomos fazendo umas paragens estratégicas pelo caminho: as salinas (Porto Amboim), no Sumbe (almoço), quedas de água do Sumbe, uma praia deserta só para nós…

Fomos rumando a Sul, em direcção aos nossos acolhedores amigos (obrigada mais uma vez pela vossa hospitalidade) que nos aguardavam para dar guarida para a noite.
Chegados a Benguela, depois de um preenchido dia de viagem, só nos restava descansar. Ainda que fosse apetecível ver o jogo do Glorioso, não aguentei até ao intervalo e tive que ir jiboiar. Escusado será dizer
que não foi possível acordar-me.
No dia seguinte de manhã, há que partir à aventura, rumo a Baía Farta. Umas praias desertas maravilhosas, no meio do deserto (literalmente falando) e onde certamente não seremos capazes de retornar. Tivemos como companhia os pescadores, que na sua azáfama lançavam as redes e as puxavam da água carregadas de peixe e outros habitantes marinhos. É engraçado ver como as realidades são tão distintas!
Para terminar a noite em grande, fomos a uma festa de Carnaval na
Baía Azul. Escusado será dizer que todos estavam mascarados, excepto nós. Desculpem avó, manas e primas, mas não fiz jus à nossa ancestral tradição familiar!
Depois há que partir rumo a Norte, direcção Cabo Ledo, onde pernoitei uma noite. Um banho de mar às 21:00 iniciou a minha estadia, depois de ter visto os últimos 15 min. do jogo da Selecção Angolana contra a Egípcia. Infelizmente perdemos, mas isso não nos desmoralizou. Há que assentar os arraiais e montar a tenda no local mais fofinho da praia! Foi óptimo.
No dia seguinte parti para Luanda, não sem antes fazer uma paragem estratégica para carregar a arca frigorífica de peixe para trazer para o Huambo. Não podia desta vez, defraudar as expectativas.
De Luanda, parti para o Huambo.
Obrigada a todos os que estiveram presentes, aos que tiveram que descobrir da pior forma que eu tenho mau humor matinal e aos que me fizeram companhia e tornaram a minha vida melhor.
Peço desculpa a todos para os quais estive ausente: avós, manas, primas e primos, e resto da família em geral. É claro que eu não me esqueço que tenho um tuperware de cozido à portuguesa e uns bolinhos de massa tenra à minha espera no congelador! Me aguarda só, ya!

1 comentário:

Anónimo disse...

Estou há 72 dias a tentar deixar um comentário... parece uma 'quest' sem fim! Adorei este fim de semana!

Se estás a ler isto, então vou ao Huambo a pé!

Beijos,

Alex
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