Para a minha família e para os amigos Eduardo e Rafael que foram para tão longe
Há uns anos atrás, a minha prima registava em regime cinematográfico, um dia de Domingo em família, mas à boa moda Angolana: à volta da mesa. O documentário intitulava-se “um olho para ver, outro para sentir”. O da minha prima retratava o nosso Domingo, simplesmente assim.
Quando estamos tão longe de casa, tentamos recriar essas memórias que trazemos connosco. Aqui no Huambo também se criam raízes e família.
Este Domingo, fui aprender a fazer um kalulu, prato típico angolano com óleo de palma, quiabos, peixe, beringela e folhas de batata-doce, acompanhado com um belo fungi de mandioca e milho.
Depois de reunir os ingredientes necessários, dirigi-me a casa da mana Lu, para aprender com a mestre.
Vou tentar recriar aqui a minha experiência.
Falando em Umbundo, são necessários os seguintes ingredientes:
- ulele wondende (óleo de palma);
- olossaka (beringela)
- amatiá (tomate);
- peixe (corvina fresca e peixe seco);
- rama de batata doce.
Para a confecção deveremos dispor do lemo (Oluiko e Ochitó), ómbia (panela), Oneca (caneca), onguto (garfo), entre outros.
A tarefa começou por arranjar o peixe, temperado com sal e alho.
Para dentro da panela reunimos os quiabos (uma mão cheia), 4 beringelas, 5 tomates, o peixe, o óleo de palma q.b.
Há uns anos atrás, a minha prima registava em regime cinematográfico, um dia de Domingo em família, mas à boa moda Angolana: à volta da mesa. O documentário intitulava-se “um olho para ver, outro para sentir”. O da minha prima retratava o nosso Domingo, simplesmente assim.
Quando estamos tão longe de casa, tentamos recriar essas memórias que trazemos connosco. Aqui no Huambo também se criam raízes e família.
Este Domingo, fui aprender a fazer um kalulu, prato típico angolano com óleo de palma, quiabos, peixe, beringela e folhas de batata-doce, acompanhado com um belo fungi de mandioca e milho.
Depois de reunir os ingredientes necessários, dirigi-me a casa da mana Lu, para aprender com a mestre.
Vou tentar recriar aqui a minha experiência.
Falando em Umbundo, são necessários os seguintes ingredientes:
- ulele wondende (óleo de palma);
- olossaka (beringela)
- amatiá (tomate);
- peixe (corvina fresca e peixe seco);
- rama de batata doce.
Para a confecção deveremos dispor do lemo (Oluiko e Ochitó), ómbia (panela), Oneca (caneca), onguto (garfo), entre outros.
A tarefa começou por arranjar o peixe, temperado com sal e alho.
Para dentro da panela reunimos os quiabos (uma mão cheia), 4 beringelas, 5 tomates, o peixe, o óleo de palma q.b.
Nota: O óleo pode ser excedentário, porque se pode depois retirar do cimo depois de cozinhado.
Esta mistura põe-se a refogar…
Entretanto a mana Lu, explicava-me que eu sou uma mulher a sério, que o meu homem vai direito para o céu, porque eu já tenho um lemo. Isto é um conjunto composto pelo pau de bater o fungi e uma colher de pau. Como já tenho também um balaio, sou uma mulher angolana completa. É engraçado saber destas tradições. A Colher de pau (Ochitó) serve para servir o pai e o marido, e quando te vais casar é analisado o facto de teres ou não este eficiente trem de cozinha.
Enquanto esperávamos pelo refogado, começámos a peneirar a fuba. Reunimos duas espécies: de milho e bombom (mandioca). Como fizemos mistura, há que executar a tarefa de acordo com os rigorosos critérios da cozinha angolana. Coloca-se numa panela a água até que esta fique morna. Em primeiro lugar coloca-se a farinha de milho, que fica a cozer, como a maizena, até engrossar. Depois quando começar a ferver deita-se a farinha de bombom, para engrossar e dar aquele aspecto de argamassa. Não se pode por primeiro a farinha de mandioca, senão não se consegue fazer a mistura. Também é preciso ter cuidado para que não se criem grumos.
O cheirinho que a cozinha tinha! Já tinha água a crescer na boca e a malta não chegava para almoçar. As cores do refogado e a companhia do meu amigo Nelito, fizeram o resto das delícias.
Esta mistura põe-se a refogar…
Entretanto a mana Lu, explicava-me que eu sou uma mulher a sério, que o meu homem vai direito para o céu, porque eu já tenho um lemo. Isto é um conjunto composto pelo pau de bater o fungi e uma colher de pau. Como já tenho também um balaio, sou uma mulher angolana completa. É engraçado saber destas tradições. A Colher de pau (Ochitó) serve para servir o pai e o marido, e quando te vais casar é analisado o facto de teres ou não este eficiente trem de cozinha.
Enquanto esperávamos pelo refogado, começámos a peneirar a fuba. Reunimos duas espécies: de milho e bombom (mandioca). Como fizemos mistura, há que executar a tarefa de acordo com os rigorosos critérios da cozinha angolana. Coloca-se numa panela a água até que esta fique morna. Em primeiro lugar coloca-se a farinha de milho, que fica a cozer, como a maizena, até engrossar. Depois quando começar a ferver deita-se a farinha de bombom, para engrossar e dar aquele aspecto de argamassa. Não se pode por primeiro a farinha de mandioca, senão não se consegue fazer a mistura. Também é preciso ter cuidado para que não se criem grumos.
O cheirinho que a cozinha tinha! Já tinha água a crescer na boca e a malta não chegava para almoçar. As cores do refogado e a companhia do meu amigo Nelito, fizeram o resto das delícias.
Depois foi só sentar à mesa, servir no prato e acompanhar com uma cuca. Pena foi ter que vir trabalhar e não podido ficar a jiboiar…
Assim são os Domingos em família no Huambo!
5 comentários:
Ai, nina, vê lá se fazes um kalulu como deve ser quando vieres aos tugas! ;o)
Querida, no próximo filme cozinhas tu... Muitas saudades!
Querida, no próximo filme cozinhas tu... Muitas saudades!
Qual arroz de espigos, qual carapuça!
Isto sim é classe.
Vê lá se aprendes umas coisas. Ando a precisar de um up grade culinário... Arroz branco, never again!
Olá, O jantar é em minha casa, em tua ou em cuba???
Beijinhos
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