Noutro dia diziam-me para escrever mais, assim matam-se mais saudades, assim passamos o tempo mais depressa.
Nem sempre disponho do tempo que queria, nem sempre acontecem coisas dignas de serem escritas.
Mas para agradar a malta aqui vão umas histórias engraçadas.
Estes dias tenho andado a distribuir Equipamentos de protecção individual (vulgo EPI's). Tal acontecimento não seria digno de tal nome se não estivessemos em Angola.
Aqui as pessoas usam os EPI's, mas não para trabalhar. Para ir para casa, para ir à missa ou simplesmente para ir andar de mota.
Estava eu a entregar uns EPI's quando vem um trabalhador à minha beira e diz:
"inginheira o que eu quiria memo era um cápaceti!" ao que eu respondo "para quê. o Sr. não anda dento de um camião?".
"é que é ainssim inginheira, o coiso também tem um, e eu priciso memo". e eu a insistir com o facto de que dentro do camião não é preciso capacete... quando finalmente ele diz, a olhar para a biqueira dos sapatos "prontos, era memo para andari di mota"...
Ou então há versão de que o capacete é mesmo bom para proteger do sol...
Também há quem goste mesmo das luvas porque as mão ásperas não servem para fazer festas nas damas...
Têm sido uns dias animados!
Também nos apercebemos que a importância que as coisas têm na nossa vida, são atribuidas por nós.
Como dizia Ary dos Santos "Há que dizer-se das coisas o somenos que elas são"...
Para quem teve tudo, nada parece importante, mas para quem nunca teve nada, o reconhecimento lembrança pode valer pela vida.