quarta-feira, 10 de junho de 2009

A música dos nossos dias.

Posso dizer que ainda sou do tempo em que os pais perguntavam se as cassetes não estavam mal gravadas ou se o cano de escape estava a bater no chão. Sim, sou do tempo em que apareceu aquele estranho movimento musical intitulado Grunge.
Já passaram muito anos, 18, depois que uns senhores guedelhudos, com ar de surfistas, mas com leggins dentro de calções e camisas de flanela começaram a cantar canções um tanto ou quanto ruidosas e mal amanhadas, mas que adorávamos.
De repente as rádios foram invadidas por sons diferentes, como se estivéssemos a ouvir uma outra frequência, e os adolescentes correram a deixar crescer os cabelos! Que tempos maravilhosos.
Foi aí que a malta começou a ir buscar as camisas de flanela dos pais (o meu pai tinha uma giríssima roxa, azul e verde da qual me apropriei de imediato), as doc Martens (e subsidiárias) tomaram conta dos pés dos adolescentes. Ainda me lembro de uma camisa da minha prima, que era bordeaux, cinzenta e branca: era giríssima!
Quer se queira quer não há o cenário musical antes e depois de “never mind”. Nessa altura começou a ser possível comprar discos (de vinil claro) nas discotecas locais, apareceu o “vira o vídeo” onde desfilavam nomes sonantes do mundo musical português: Zé Pedro dos Chutos, Xana, Flac, que nos apresentavam nomes nunca antes pronunciados.
Aí passavam sem pudor ou censura Alice in chains, Metallica, The Cult, Nick Cave and The Bad Seeds, Peal Jam, and so on… Era um regalo para ouvidos, ainda que tivéssemos que encaixar algumas músicas a martelo.
Depois era pedir ao amigo mais versado em inglês se nos escrevia as letras das músicas para cantar de cor, gravavam-se cassetes com as mesmas músicas repetidas até à exaustão.
Pais em delírio gritavam: mas vais com as calças rasgadas para a escola? A gente saía com o caderno a tapar o joelho, quando era nos dois era mais difícil de disfarçar.
Bons tempos…
Isto porquê? Porque há uma fiel amiga que me diz que arranja um MP3 cheio de músicas giras.
Bom, eu não quero! Estás louca? Eu quero o meu Nick, a PJ, o Ian, o Eddie de volta.
Claro que há sempre outros discos que podemos por no lixo, porque já foram gastos e já chateiam. Não vou ouvir muito a mesma música, não te preocupes.
Também quero dizer que me chateio de ouvir músicas muito longas. Adormeço a meio de Led Zeplin ou de Doors, mas nunca me canso de ouvir uma musiquinha de dEUS que demore aí uns 30 seg…
É a idade.
E era aqui que eu queria chegar e é também aqui que vou ser ostracizada e crucificada. Quando apareceu o grunge surgiu aquele conceito de que: fazer as coisas simples é que é complicado. Meus caros isso era uma desculpa esfarrapara para justificar o facto do Kurt Cobain só conhecer 2 acordes, assim como vocês aos 14 anos.
Música boa é mesmo aquela que não demora mais de 2 minutos. Vá se lá saber porquê e não se fala mais nisso.

4 comentários:

Palaroide disse...

Oh mulher! Cala-te lá que outro dia fui ver o TERMINATOR, e não é que deu uns segundinhos dos Alice Nas Correntes??? Até se me molharam os olhos... Foi a unica coisa que valeu no filme!

"Yehhhhhhhh here comes de rooster..."

Vânia Nunes disse...

Sou o homem na caixa, enterrado na minha própria merda, por que não vens e me salvas? e me salvas... ;o)

diuska disse...

Alimeeeeenta os meus olhos, consegues vê-los fechar?
Jeeeeesus Cristo, nega o teu criador...

Punk disse...

esta ganha:
eu nunca me senti tão complicado, com tanta falta de controlo, porque não me matas, não quero viver mais!

ehehhehe

mas que eu adoro os mocinhos, ai isso adoro...
:)