quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma frase tem-me martelado constantemente na cabeça. Tudo porque um amigo disse-me uma vez:
"what goes in Huambo, stays in Huambo".
So be it.
Podemos sempre usar frases feitas, para caracterizar a nossa vida, ou não?
Não me lembro de frase que melhor se adeque a esta realidade...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Rebelião!

No Huambo a vida é tranquila. Kuia, como se diz por aqui.
No Huambo, às 19:00 são horas de calçar as sapatilhas e dar uma volta a pé.
Passar pela rotunda do palácio, dar a volta ao jardim da Cultura, contornar o império, dar a curva nas obras públicas, ladear o colégio das madres, roçando na casa dos rapazes... aí volta-se a casa.
Enquanto passeio e sou assediada por todos os lados (afinal é estranho verem-me a passear na rua), ouço a minha música que ocupa toda a capacidade do leitor de MP3.
A Música estala nos ouvidos e começas a acelerar a passada. Quase corro ao som do violino.
O arrepio começa a percorrer a espinha, o suor começa a descer nas costas e cada vez mais rápido.
Primeiro vem suave, uma guitarra, depois junta-se uma voz, depois o violino e quando dás por ela vais a caminhar tão rápido quanto o ritmo da música.
Em todo o lado só ouço
"every time you close your eyes..."

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Em Luanda não se vê o nascer do Sol.
Tudo é nuvens, brumas, poeira e fumos...
A poluição ocupou todo o espaço, não há espaço para mais nada.
A única coisa que se vê é uma imagem difusa de um astro em chamas.

sábado, 25 de julho de 2009

A menina dança?


Dance me to your beauty with a burning violin

Dance me through the panic 'til I'm gathered safely in

Lift me like an olive branch and be my homeward dove

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

Oh let me see your beauty when the witnesses are gone

Let me feel you moving like they do in Babylon

Show me slowly what I only know the limits of

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

Dance me to the wedding now, dance me on and on

Dance me very tenderly and dance me very long

We're both of us beneath our love, we're both of us above

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

Dance me to the children who are asking to be born

Dance me through the curtains that our kisses have outworn

Raise a tent of shelter now, though every thread is torn

Dance me to the end of love

Dance me to your beauty with a burning violin

Dance me through the panic till I'm gathered safely in

Touch me with your naked hand or touch me with your glove

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Luanda e uma kaluanda

O que fazer em Luanda quando não há nada para fazer.
É isso mesmo, imaginem um Domingo, sem bateria no telefone, com dois canais de televisão e os amigos a dormir depois de Sábado à noite.
A luz do dia começa a entrar teimosamente no nosso espaço, a partir das 6:00. Em Luanda não há persianas nas janelas, por isso os quartos são espaços conspurcáveis pela luz matinal… não há qualquer poção que faça mudar o empertigado sol de África quando irrompe pela manhã de Cacimbo.
Depois de lutar com venda dos olhos, apertá-la, reforçá-la com a almofada, vi que nada poderia devolver-me o sono.
Assim, levantei-me da cama, tomei um banho, tomei pequeno-almoço e decidi sair de casa.
Para onde? Para começar do outro lado da rua, tomar um cafezinho, depois sair para uma volta pelas redondezas, afinal a vizinhança até é boa, constituída por embaixadores e ilustres membros da sociedade angolana. Não há que temer.
Deixar a carteira em casa, sair com o essencial, por os óculos de sol e sair a pé.
O tempo está agradável, sem aquele abrasador tom de Verão. O cacimbo é de brandos costumes…
Os passeios a pé permitem-nos coisas interessantes, tais como encontrar pessoas conhecidas que se passeiam também de carro ou a pé, tentar adivinhar as espécies de plantas que crescem nos quintais, observar as crianças nos jogos de futebol. Observar a dinâmica desta cidade.
Há que regressar. Agora o que fazer?
E assim, fui ocupando o meu dia… lendo, cozinhando, saindo para tomar café.
O interessante de Luanda é que podemos encontrar gente amiga em qualquer lado. A tomar um café na Baía ou simplesmente a passear no teu bairro.
A marginal ao Domingo enche-se de graça, de luz que se reflecte na baía e ilumina todo o espaço, agora livre de carros a soprar fumos do inferno pelo escape. Ao Domingo a cidade mexe-se. Não há a gritaria das buzinas, o aperto do vendedor de rua que tenta impingir tudo o que traz nas mãos: toalhas de banho, perfumes para os carros, chicletes, catanas…
Inquiro-me sobre o destino das kitandeiras… e aí paro para trautear uma música do Rui Mingas.
Mesmo parada, há nesta cidade uma imensidão de cor e de luz. Embora os Domingos sejam dias parados, há sempre uma cidade que se mexe, mesmo que sejamos nós a mudar de lugar.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Parabéns a você!

Mais um aninho passado para um elemento da trupe do Huambo.
Mais uma festa em família.


Muitos parabéns!