Em 1995, Pepetela escrevia “O desejo de Kianda”, que falava sobre a queda de prédios no Kinaxixi e a presença de uma Kianda no antigo lago que aí existia.
O livro relatava os feitos da Kianda da Lagoa do Kinaxixi, que recuperava à água o que de natural lhe pertencia.
Parece que o desejo se concretizou. Os prédios do Kinaxixi estão a vir abaixo.
No dia 2 de Agosto de 2008, pelas 12:00 enquanto descia a Av. Dos Combatentes, começamo-nos a aperceber de um estranho fumo que emergia do largo do Kinaxixi.
Um incêndio, uma fumigação, simplesmente pó…
Ao aproximar-me pude ver uma pá giratória que encabeçava as acções de demolição do emblemático mercado do Kinaxixi.
O livro relatava os feitos da Kianda da Lagoa do Kinaxixi, que recuperava à água o que de natural lhe pertencia.
Parece que o desejo se concretizou. Os prédios do Kinaxixi estão a vir abaixo.
No dia 2 de Agosto de 2008, pelas 12:00 enquanto descia a Av. Dos Combatentes, começamo-nos a aperceber de um estranho fumo que emergia do largo do Kinaxixi.
Um incêndio, uma fumigação, simplesmente pó…
Ao aproximar-me pude ver uma pá giratória que encabeçava as acções de demolição do emblemático mercado do Kinaxixi.
Esse emblemático local de Luanda, de onde a minha avó recorda os cheiros e as cores de que tanto fala. Onde ia comprar as suas frutas, antes de ir para casa no Largo Ferreira do Amaral, logo ali ao lado, está a cair de uma forma cruel. De uma forma imposta, que não era suposto ser. O Kinaxixi tem o inalienável direito de cair por si próprio!
Nunca pensei que fosse ver deuses e homens aliados numa só missão: deitar o Kinaxixi abaixo. Não sei quem engendrou este esquema, não sei quem esteve na origem desta acção, mas com certeza não me vou esquecer do boquiaberto ar dos transeuntes a olharem o pó a subir no ar.
Muitos registaram o momento, para não se esquecerem de que já houve tempos em que deuses e homens trabalharam em conjunto, vá-se lá saber para quê.
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