quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Malas e malinhas

Há um conjunto de situações que nos deixam suspensos, que nos deixam naquele impasse, completamente absorvidos e expectantes, quase sem respiração, somente a aguardar que o momento aconteça.
Há um de que sou particularmente fã, que é o espaço de tempo em que se fica no aeroporto à espera que o tapete rolante das malas comece a mexer-se...
Já experimentaram observar os outros passageiros? A forma como se mexem, na expectativa de conseguirem o lugar mais próximo do tapete, como se isso fosse acelerar a saída das malas.
A situação é ainda mais fascinante, se se tratar de um aeroporto doméstico de Angola. O único onde há esse aparelho, que nos suspende a respiração, é o de Luanda. Nos restantes, é a velha máxima de "devagar se vai ao longe!".
O aeroporto doméstico de Luanda é demasiado mau, mas tem um tapete rolante novo em folha. O que também é extraordinário, porque ninguém acredita que aquilo vá mesmo funcionar.
Depois de o tapete começar a rolar, há o momento em que todos duvidam se as malas chegarão ou não. Esse é o passo seguinte.
Depois de ver sacos de carvão, malas semi-desfeitas, cestos com fruta (e com o que possam imaginar lá dentro), vê-se uma mole em fúria a tentar agarrar a sua mala, como se isso garantisse alguma certeza, como se assegurasse que tudo o que lá está dentro, foi o que de facto lá colocamos.
Mas a dúvida é persistente... é bonita também.
E assim se vão alimentando os longos períodos de espera num aeroporto de um país emergente

2 comentários:

Vânia Nunes disse...

E não há cena de aeroporto como a de "O amor acontece", certo?!

diuska disse...

Sabes que nesta altura do ano costumo ficar com a minha irmã a apreciar as chegadas ao aeroporto?
Apesar do caniche, do garrafão de vinho e do casaco de Napa, é giro ficar ver as pessoas a chegar.
É verdade, é a única altura da viagem em que converso com pessoas!
:)