sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Dia 1
Ainda sobre o dia n.º 1: rapidamente nos apercebemos que dia 09/09/09 só poderia ser um bom presságio… conseguimos o carro e um sítio para dormir em França, numa terra adorável.
Depois disso o que poderia acontecer no dia 2?

O dia 2 começa no dia 10/09/2009
Acordamos cedo, mas não tão cedo, para aproveitarmos bem o dia.
Como continuávamos sem ter olhado para o Guia turístico, só sabíamos que tínhamos que ir em direcção a Itália.
Mapa: não tínhamos. E nem pensar em gastar dinheiro nesse supérfluo bem . Apenas na bagagem uma impressão do Via Michelin de Marselha para Veneza e de Veneza para Dubrovnik.
A certeza de um caminho não é tudo na vida, pois não? Então há que rumar em direcção ao país vizinho.
Para chegarmos à Croácia teríamos ainda que atravessar o que restava de França, Itália, Eslovénia e só depois Croácia.
Então, as duas turistas já com um cd no carro, embarcaram na estrada de ligação.
O trajecto inicial é simples: segue-se para Milão. Do lado direito só se vê mar e um enorme número de povoações incrustadas nas Rochas. Os túneis multiplicam-se e estava na altura de começarmos a ouvir Archade Fire, com TUNELS em stereo.
AS mulheres param em quase todas as estações de serviço, seja ele qual for o objectivo: tomar café, fumar um cigarro ou ir à casa-de-banho… enfim há sempre um bom motivo.
Depois o trajecto complica-se e complica-se ainda mais se o co-piloto estiver distraído: aí em vez de ires para Veneza podes ir parar a Milão!
Sem stress, parámos numa estação de serviço para ver o mapa e logo nos apercebemos que estávamos a km de distância da rota inicialmente traçada. Sem makas… Estávamos de férias afinal…
Fomos indo, fomos indo e quando reparámos estávamos já a entrar na Eslovénia. Aí acho que olhámos para o guia e decidimos ficar na Ístria. Parecia-nos um bom destino com praias bonitas, parques nacionais, Ilhas e ruínas romanas em todo o lado.Mas deixem-me falar primeiro da Eslovénia: acreditam que eles aparam a relva das bermas da estrada? Está tudo perfeitamente limpo e verde. Não há relance de floresta queimada, apenas km e km de florestas onde, apesar de as estradas parecerem as de Trás-os-Montes, circulam os turistas e ninguém parece preocupado com o estado das estradas, nem a tentar inventar uma fórmula que prove que as estradas trazem desenvolvimento…
Mas continuando: chegando à Croácia: controlo de passaportes.
Aqui deixo um espaço para a minha lembrança de há 10 anos atrás, quando num comboio que seguia de Budapeste para Veneza parámos não sei quantas vezes com “passport control! Anissing to declare?”
Bom, memórias à parte, entrámos na Ístria. A paisagem muda e de faço parece que os países são feitos não só da sua língua mas também dos seus montes e vales, praias e lagos… tudo é diferente.
Aqui tenham atenção: há vários caminhos para chegar a Pula, uma antiga cidade romana e uma das principais da península. Evitem o que vos leva pelo túnel (que tem uma extensão incabável) e que custa a módica quantia de 4 € só para atravessar. Para além de achar que por fora seria mais bonito.
Descemos em direcção a Pula, que fica mesmo cá em baixo na ponta da península. Aí recomeçámos a nossa luta de encontrar um lugar para dormir. O Croata não é uma língua acessível por isso perceberes o que está escrito nas placas às vezes tornasse complicado. Às voltas e mais voltas encontrámos uma placa que dizia: youth Hostel.
Ora nem mais, olhámos uma para a outra e pensámos: ainda escapamos… e assim foi, no meio do nada encontrámos o nosso lugar de repouso.
Uma pousada da juventude! Partilhámos o quarto (beliches) com 2 jovens inglesas que pareciam interrogar-se sobre a nossa presença.
A casa de banho era mista. Digamos que com esta idade já não estamos para essas aventuras, mas por 17 €/ cada com pequeno-almoço, não podíamos reclamar muito.
Dormir barato tem as vicissitudes de não dormires porque uma das catraias rangia os dentes como se o mundo fosse acabar e a nossa salvação dependesse disso. Alguns anos a ouvir ranger dentes permitiram-me desenvolver uma técnica eficaz que demove o mais destemido rangedor profissional.
Avançando para o jantar: Embora vos digam que na Ístria se come um maravilhoso marisco e peixe com abundância, para além de um delicioso risoto não acreditem.
Todos os pratos são tipo combinados e a comida parece a dos nossos snack bars, mas menos saborosa e bem confeccionada. Há gente que não sabe o que é boa mesa neste mundo.
Mas em frente, amanhã viria um novo dia.







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