quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Em busca dos Eduardos Perdidos

Domingo chego a Luanda, com a minha trouxa de viagem, desafiada pelos Eduardos que com dificuldade me comunicaram no dia anterior, num telefonema dúbio e curto “Amanhã quando chegares a Luanda vem ter connosco à Barra do Dande”. Pensei eu, a Barra do Dande só deve ter um sítio…
Pois bem, confiante de que seria mais um Domingo memorável, depois de ter sobrevivido a mais uma viagem aérea, desloquei-me para a Barra do Dande em busca dos Eduardos perdidos.

Para ir para a Barra do Dande sai-se de Luanda em direcção ao Norte, Cacuaco, e percorrem-se cerca de 50 km, em apenas de 1 hora de viagem.
Chegados à dita Barra, eis que nos deparámos com mais infra-estruturas que as que inicialmente pensávamos serem possíveis naquele local. Rede de telemóvel é algo que ainda não existe no compêndio gramatical local, por isso há que por pernas a caminho. Após uns desvios e alguma pesquisa localizada, decidimos abortar a aventura e montar o acampamento na praia.
O local é espectacular. Palmeiras a perder de vista, areia branca, água quente embora um pouco amarela devido à fúria do rio ao entrar no mar, uma esplanada com mesas de madeira e guarda-sóis de palhinha. Os cenários a que nos habituamos em Angola.
Pensei para mim “isto sim é qualidade de vida!”.
Estendemos as toalhas no areal enquanto decidíamos se íamos almoçar e entrámos de cabeça pelo mar adentro. O único factor que te faz sair da água é a Osmose, os dedos ficam encarquilhados de tanto tempo lá dentro.
O Sol estava espectacular e assim fiquei mais um bocadinho morena, mas não tanto assim que dispense mais uns dias de vida dura e difícil ao sol. Infelizmente este foi o meu último dia de praia do ano…
Foi uma tarde espectacular, cheia de boas surpresas e momentos deliciosos. É isto de que a vida deveria ser feita todos os dias! De pequenas surpresas…
Claro que não podia correr tudo bem e por isso ainda furei um pneu… mas com a ajuda de uma Hiace conseguimos mudá-lo sem maka, porque não demos com o macaco (mas não vamos voltar a esta velha questão).
Para terminar a noite em pleno ainda fui multada por 6 polícias. Não vos vou descrever as peripécias e discursos que uma empreitada destas acarreta, porque perderíamos a paciência e o amor-próprio. São estas situações que às vezes nos fazem pensar “mas que raio estou eu aqui a fazer?”. Mas se ssim não fosse não teria material para vos contar… é isto que torna a vida mais animada, colorida e apetecível.
Mais uma corrida mais uma viagem, fim-de-semana para ganhar coragem!

Como não podia deixar de ser, agradeço ao Alexandre pela paciência de me aturar uma tarde inteira e deixo-lhe os créditos das fotografias. Obrigada por tudo!
Aqui fica mais uma pequena recordação de Angola.

2 comentários:

Punk disse...

Quando eu dizia: isto sim é qualidade de vida fartavas-te de gozar!!!
Foi preciso ires para a parte do planeta que está de pernas para o ar para perceberes!
Qualidade de vida é estar sentado a beber uma jola e ponto final!!!
Punk

Mitchado disse...

Os Eduardos não estavam perdidos! Tinham encontrado o caminho para locais paradisíacos e não queriam acordar! Que paisagens...Que refeição...Que picadas para andar de jipe com a adrenalina em alta ao virar de cada curva...Este país tem destas coisas...paisagens que proporcionam momentos que nos fazem cortar com a "rotina" do dia-a-dia.