segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Memórias do Natal

O que dizer do Natal, senão que é a melhor época do Mundo!
Aquela na qual todos nos lembramos dos amigos mais longíquos, dos familiares mais afastados e trazemos ao de cima as memórias mais apagadas.


O Natal é, por excelência, o momento de reunião de família à volta da mesa, a alegria de estarmos juntos, de cantarmos ao karaoke, de jogar trivial ou o tradicional jogo do rapa. Quem não se lembra dos últimos 20 Natais?


Infelizmente, deixamos para o Natal tudo o que deveríamos fazer durante o ano, ou seja sermos um bocadinho melhores! Mas ainda bem que há uma data para tal, senão o que seria da Humanidade?

Aproveito para desejar um bom Natal a todos os meus visitantes, mesmo àqueles que não trato pelo nome. Mas o Natal é para todos.



FELIZ NATAL

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

sobre o racismo

Lágrima de Preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

(António Gedeão)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Estou de volta!
Já passou uma semana, desde que pousei os meus pés em território português, e desde então não tenho parado.
É realmente gratificante voltar! A primeira sensação foi daquele frio húmido nos ossos, sentir a pele da cara a esticar e os lábios a rebentarem com cieiro. Não é a melhor sensação do Mundo, mas faz-me lembrar que finalmente cheguei. Ainda estou a abrir a mala da saudade e a distribuir xi-corações!
Os primeiros dias foram a correr e só ao fim de dois dias é que consegui transpor a porta da sala e olhar para o meu puff com vontade de me sentar nele. Só ontem é que me consegui sentar no meu puff, durante uns escassos 3 minutos, enquanto via uma série, curiosamente sobre a guerra colonial em Angola.
Peço desculpa por não manter o meu dia-a-dia actualizado, mas realmente aqui as coisas têm muito menos interesse. Corro o risco de dizer que até sinto saudades de Angola! Mas a verdade é que sinto mesmo.
Dizem que estou uma selvagem a conduzir… a escola de Luanda revela agora a sua eficácia. De uma forma geral, está tudo diferente, ou sou apenas eu a olhar as coisas com outros olhos? Os pequenos pormenores assumem agora uma dimensão totalmente desproporcional. Não consigo deixar de exclamar quando abro uma torneira e sai água!

Que fazer agora? É bom estar de regresso e sentir que tanta gente ansiava o meu retorno. Tenho andado numa roda viva, mas não há dia que não tenha saudades do calor, da cor da terra, do cheio e do sol. Guardei também um pouquinho das coisas de que mais gosto e trouxe na mala de mão, para contemplar e sorrir de quando em vez.
Em breve darei mais notícias.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Memórias de Angola







A Viagem

O regresso é sempre a data mais ambicionada, em contrapartida a partida é sempre a que mais ânsia nos causa. Neste caso, não sei se estou a regressar ou a partir, mas sinto um misto das duas. Vontade de chegar a casa, àquele cantinho à Beira Mar plantado, mas também a ansiedade por partir e não saber o que me esperará quando regressar. Estou quase de partida e não sei se o diga a sorrir ou com semblante triste. Como sou dada a estas coisas de antecipar tudo e estar sempre a horas na estação de caminhos-de-ferro, escrevo este pequeno texto com uma semana de antecedência da minha partida para a Tuga. O balanço deste ano é difícil de fazer, mas diria que foi francamente positivo, quer pelas batalhas que travei e que tive que vencer, pelos caminhos que desbravei, pelo castelo que ajudei a construir, pelas pequenas conquistas do dia-a-dia e pelos novos amigos e companheiros que conquistei nesta jornada. Embora tenha havido muitas coisas que perdi pelo caminho, muitas ausências e muito mar por transpor, que nada poderá alguma vez compensar, a verdade é que me sinto bem neste cantinho tão extremo do Mundo. Fiz dele a minha casa… Como já referi várias vezes, tudo aqui parece estar ao contrário e tudo funciona contra a lógica, mas se me sentasse aqui para vos contar as minhas pequenas “estórias” do surreal Angolano, só abandonaria esta cadeira amanhã. Mas como nem tudo pode ser dito, escrito e comunicado, é preciso desenvolver a capacidade de ler nas entrelinhas. Algumas “estórias” são autênticos devaneios…Em muitas é preciso apenas saber olhar para conhecer! Mas o que levo afinal daqui? Na bagagem de mão, um punhado de recordações, cheiros, “estórias” e uma palete de cores. Levo no porão uma montanha de prendas com o selo Saudade, à espera de serem abertas, levo no coração tudo o resto que não posso contar ou desvendar e que por isso é só meu. Diria que nestes 7 meses ganhei um Mundo Novo!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Metro e meio

Estava a ler o blogg da Nessa e vieram-me à memória algumas recordações interessantes a propósito do concerto dos Young Gods, em Lisboa. Obrigada, por me teres avivado a memória do meu histório potapé na omoplata do gajo que tinha 1,80m.
Lembro-me que na altura exclamei triunfante: "Ultrapassei as minhas próprias capacidades!", quando vi alguém a passear-se junto à tenda de circo montada, com a marca de umas Doc Martens marcadas numa imaculada camisa branca.
Vendo bem as coisas, este extraordinárioa contecimento, que nada tem a ver com Angola, ocorreu no transacto ano de 1999 e nessa altura ainda toda a gente ouvia Young Gods. Agora passam despercebidos aos mais novos e aos mais distraídos.
Obrigada por me fazeres recordar estes pequenos momentos, que rapidamente se multiplicam em memórias, que não posso com certeza contar aqui, em que aparecem muitas pessoas, em particular mais duas companheiras de estrada e aventuras.
Tenho saudades vossas, de vos apertar os ossos e das nossas noitadas dentro de uma lareira!
Quando me vêm visitar? Sabem que tenho aqui um espacinho para vocês.
E, já agora, Pat tenho 5 wc's...

sábado, 24 de novembro de 2007

O Gerador

Estou muito feliz: Já tenho um gerador em casa!!!
Vejam como fica bonita iluminada!

É assim que aprendemos a dar valor às pequenas coisas da vida, às mais subtis e curiosas diferenças. Aquilo que à priori é tido como um dado adquirido, aqui é algo pelo qual tens que lutar incessantemente, tal como um gerador.
Ao fim de alguns meses de suspense e de ter como companhia em casa um gerador jurássico, capaz de emitir ruídos tais que parece que o mundo vai desabar, eis que um dia chego a casa e a vejo toda iluminada. E penso, com regozijo, "que estranho fez-se luz"!
À boa moda Angolana, este será mais um bom motivo para celebração, por isso é preciso comprar umas cucas, pô-las a gelar na geleira, comprar uma jinguba torrada e fazer a festa! Todo e qualquer motivo é um bom motivo!
No fundo, as ilações que podemos retirar é que as coisas passam a ter uma importância relativa, umas ficam esquecidas, as outras tornam-se vitais para a nossa sobrevivência. Nunca pensei ser possível ficar eufórica e com desejo de entoar um hino triunfal pela simples visão de um gerador no alpendre da casa, ou pensar como o dia correu tão bem que até tenho água a correr na torneira!
Estas são as pequenas belezas de África, não são só as cores, a música, os cheiros e o sol, mas também as lutas de cada dia para sobreviveres e nunca saberes como o dia vai terminar.
Por isso te bates, lutas, pelejas e vives por tornar todos os momentos naquele momento.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Em busca dos Eduardos Perdidos

Domingo chego a Luanda, com a minha trouxa de viagem, desafiada pelos Eduardos que com dificuldade me comunicaram no dia anterior, num telefonema dúbio e curto “Amanhã quando chegares a Luanda vem ter connosco à Barra do Dande”. Pensei eu, a Barra do Dande só deve ter um sítio…
Pois bem, confiante de que seria mais um Domingo memorável, depois de ter sobrevivido a mais uma viagem aérea, desloquei-me para a Barra do Dande em busca dos Eduardos perdidos.

Para ir para a Barra do Dande sai-se de Luanda em direcção ao Norte, Cacuaco, e percorrem-se cerca de 50 km, em apenas de 1 hora de viagem.
Chegados à dita Barra, eis que nos deparámos com mais infra-estruturas que as que inicialmente pensávamos serem possíveis naquele local. Rede de telemóvel é algo que ainda não existe no compêndio gramatical local, por isso há que por pernas a caminho. Após uns desvios e alguma pesquisa localizada, decidimos abortar a aventura e montar o acampamento na praia.
O local é espectacular. Palmeiras a perder de vista, areia branca, água quente embora um pouco amarela devido à fúria do rio ao entrar no mar, uma esplanada com mesas de madeira e guarda-sóis de palhinha. Os cenários a que nos habituamos em Angola.
Pensei para mim “isto sim é qualidade de vida!”.
Estendemos as toalhas no areal enquanto decidíamos se íamos almoçar e entrámos de cabeça pelo mar adentro. O único factor que te faz sair da água é a Osmose, os dedos ficam encarquilhados de tanto tempo lá dentro.
O Sol estava espectacular e assim fiquei mais um bocadinho morena, mas não tanto assim que dispense mais uns dias de vida dura e difícil ao sol. Infelizmente este foi o meu último dia de praia do ano…
Foi uma tarde espectacular, cheia de boas surpresas e momentos deliciosos. É isto de que a vida deveria ser feita todos os dias! De pequenas surpresas…
Claro que não podia correr tudo bem e por isso ainda furei um pneu… mas com a ajuda de uma Hiace conseguimos mudá-lo sem maka, porque não demos com o macaco (mas não vamos voltar a esta velha questão).
Para terminar a noite em pleno ainda fui multada por 6 polícias. Não vos vou descrever as peripécias e discursos que uma empreitada destas acarreta, porque perderíamos a paciência e o amor-próprio. São estas situações que às vezes nos fazem pensar “mas que raio estou eu aqui a fazer?”. Mas se ssim não fosse não teria material para vos contar… é isto que torna a vida mais animada, colorida e apetecível.
Mais uma corrida mais uma viagem, fim-de-semana para ganhar coragem!

Como não podia deixar de ser, agradeço ao Alexandre pela paciência de me aturar uma tarde inteira e deixo-lhe os créditos das fotografias. Obrigada por tudo!
Aqui fica mais uma pequena recordação de Angola.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Darwin e as Mulheres

Segundo a teoria de Darwin, altamente revolucionária e controversa em 1859 e publicada em “A origem das espécies”, a evolução realiza-se através de um processo de selecção natural.
Com esta teoria davam-se os primeiros passos naquilo que constituiria uma evidência da evolução do Homo Sapiens, de um elemento comum dos macacos. Se a semelhança fisionómica era notória há 2 séculos atrás, hoje em dia, com a evolução da técnica, encontra-se cientificamente demonstrada a semelhança genética entre o Homem e o símio.
Se pensarmos que houve um elo perdido, o tal que não nos permite saber de onde vimos exactamente, conseguimos compreender na íntegra toda esta teoria que passarei a explanar.

Talvez por ser mulher, me seja mais difícil explicar uma coisa que entendo tão bem: a predilecção da mulher pelo macaco! Não vamos entrar em grandes pormenores, mas convém especificar que se trata de um macaco muito particular: o hidráulico. Aquele maravilhoso artefacto, filho da evolução do automobilismo, que nos torna a vida muito mais agradável.
Perguntam-se porque me encontro eu a escrever sobre este mui nobre assunto? Depois de ter passado um fim-de-semana a ver uma mulher agarrada a um macaco hidráulico, enquanto todos os homens (machos) olhavam, só consegui entender este fluxo de informação através da explicação dada por Darwin. Ainda que formulada há 148 anos, parece-me que continua a ser perfeitamente actual, com as devidas rectificações introduzidas pela ciência moderna e pela chegada do Homem à Lua (segundo dizem). Na minha opinião, trata-se do despertar do mais recôndito instinto maternal, escondido, negado mas que no fundo está sempre lá. Trata-se, portanto, da manifestação de um acto de afecto e carinho, ao bom estilo feminino.
Por outro lado, poderemos dizer também que a mulher escolheu o melhor exemplar, deixando o vulgar macaco mecânico abandonado.
Não obstante esta profunda análise, há que fazer o reparo ao lado masculino. Darwin pode também explicar este fenómeno.
Estando a mulher a tomar conta do macaco, eis que o macho resolve, não só intervir mas também concorrer, colocando outro macaco, de espécie inferior (o tal mecânico). A isto de se chama competição, meus caros, e a ciência explica isto de uma forma exemplar.
Como se pode observar pela imagem, há um conjunto de homens a tentar manipular dois macacos, enquanto a Fêmea consegue, é capaz e obtém o que necessita, apenas com um. No entanto, soube escolher o melhor!
Em suma, sem grande esforço a mulher conseguiu alcançar os seus objectivos, estudando bem a situação, analisando de que forma iria atacar o problema e obtendo a melhor solução técnica. O homem teve que fazer mais um pouquinho de esforço.
A isto se chama a Evolução da espécie. Meus senhores, têm muito que correr para não ficarem para trás.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Soube-me a pouco

Não sabe sempre a pouco, quando estamos bem? Acho que esta música nos traduz muitos dos sentimentos que vivemos aqui no dia-a-dia e também os que sentimos quando voltamos a casa. É sempre com um brilhozinho nos olhos que fazemos novos amigos, que ganhamos as batalhas, que olhamos para o céu e o vemos estrelado como em nenhum outro local, que vemos o pôr e o nascer-do-sol com cores que nunca pensámos antes possíveis de existir. Assim são as nossas recordações de Angola. Fica aqui uma recordação (quem se lembra deste concerto?), que nos sabe sempre a pouco.


sábado, 10 de novembro de 2007

Quiz Show II

Parabéns Rita, foste a feliz contemplada com um


XI CORAÇÃO
deste lado do Planeta.
Para a tia Filó e para a Prima Susana fica também um beijinho.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Quiz Show

Vou-vos lançar o repto de entrarem num pequeno concurso.
Vamos supor que este é um daqueles blogs para promoção de viagens. O concurso trata-se de analisar quem tem melhor memória visual tentando adivinhar onde fica e o que é este edifício. Não chega só dizer o que é, porque muitos sabem!
Quem adivinhar tem um prémio.






O feliz contemplado ganha um xi coração desde o lado de baixo do Equador!!!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Viagens na minha terra

Há uma palavra no dicionário português que eu adoro. Ainda que esta palavra esteja em vias de extinção aqui em Angola, por vezes ocorrem conjugações de factores que acontecem para nos tornar a vida melhor. E a palavra é fimdesemanaprolongado. Sabe tão bem dize-lo, como gozá-lo.
Partimos na sexta-feira, às 04:30, com a mala atulhada com colchões, arca térmica, guitarra, toalhas de praia e um conjunto de coisas que não interessam a ninguém, mas que fazem parte de qualquer viagem que se preze.
Saímos em dois carros, iguaizinhos, rumo a Benguela. O trajecto faz-se por terras distantes e pelas quais não temos vontade de passar muitas vezes, mas ainda assim o objectivo traçado era o de chegar. A viagem é acidentada e apanhamos pontes semi-construídas, outras semi-destruídas, buracos onde cabem dois carros cheios de água e lombas, muitas lombas…

A única coisa que sobra é a paisagem, toda ela a perder de vista.

(km 30 à ida)
Como bons tugas, parámos para saborear o nosso principesco pequeno-almoço, lá para as 06:00. Que bem que soube o respasto da melhor qualidade, um copinho de água e uma sandocha de “la vache qui rit” e uma fatia de goiabada. As cervejinhas foram para mais tarde… reservamo-nos para o melhor do trajecto.


Depois de uns atribulados 350 km e 8 horas de deambulação, chegámos a Benguela. Chegámos, vimos e vencemos! fomos à praia ao Lobito e eis que de repente ao longe se vê uma baleia a passear. Que sensação! É inacreditável. Depois de mergular naquelas águas tépidas e desfutar da luz do sol para nos tisnar a pele... foi a cereja em cima do bolo.
Benguela é a cidade das Acácias Rubras. Em tempos deve ter sido deslumbrante, agora encontra-se rodeada de musseques, que se perdem no horizonte e se confundem com a paisagem. Chegas a um ponto que pensas estar na Cisjordânia ou na Faixa de Gaza. Todas as casas parecem enclausuradas na paisagem, como se dela fizem parte integrante. Imaginem-se num cenário Star wars.

No Sábado fomos para a Baía Azul e a Caota, que são duas praias em Benguela. A água estava maravilhosa e as praias são de tirar a respiração. Mal chegaste já tens vontade de voltar! Um dia de praia completo e sem apanhar escaldão! Fantástico.
Fomos nado até uma praia completamente deserta. Quantas vezes poderás faze-lo na vida?


(Caota) (Baía Azul)


Domingo foi dia de regresso, também ele atribulado, como não seria de esperar outra coisa.
Parte dos nossos companheiros rumaram para Luanda e nós para Huambo.
Toda a parte nocturna da viagem foi acompanhada por uma trovoada espectacular. Os raios caíam do céu em toda a parte e de todos os lados. Tanta energia desperdiçada…

Ao chegar a 30 km de Huambo deparámo-nos com uma ponte caída. Tivemos que voltar para trás e percorrer mais duas horas de caminho. Às 24:00 é um desespero! Só me apetecia gritar, só de pensar nos buracos que tinha que fazer para trás.

Mas todo a sacrifício foi compensado por um fim-de-semana fantástico.
São estes pequenos prazeres que alimentam a vida.
Aqui fica a minha reportagem e o meu contributo.


(km48,8 no regresso)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

De malas "avisadas"

Estou de partida, para Benguela. Não vou muito mais além, mas vou em direcção a Oeste. Nem sempre é bom, porque é onde o sol se põe, mas também é verdade que lá existe uma coisa chamada Oceano Atlântico, que dizem ser de uma beleza inigualável! Vou aproveitar as areias brancas, a água tépida e os golfinhos como pano de fundo, para gozar daquilo que a vida tem de melhor. Pode não ser muito, apenas dois dias, mas é melhor que a praia da barragem. Quando voltar, me aguardem, que vou contar-vos as mais refinadas e rebuscadas peripécias. Bom fim-de-semana...

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Otchiquelo

Para quem nunca esteve numa discoteca Africana, fica aqui uma mostra.
Só um pequeno pormenor, esqueçam a parte da música brasileira.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Memórias fonográficas




Há dias em que me sinto um pouco confusa aqui. As possibilidades de contar "estórias" são tantas que as oportunidades parecem infindáveis. esta situação acaba por gerar um turbilhão na minha cabeça...


Embora os dias pareçam todos iguais, há sempre algo para quebrar a monotonia. Algumas dessas acções, salvadoras e hilariantes, são registadas no sistema radiofónico angolano.



Assim, podemos dar por nós a ouvir expressões como "rectificar o tratado de Quioto" ou " o problema da lentidão da celeridade", isto sem mencionar que o "coiso foi lá quê buscar o kota"...O conselho é não pararmos muito tempo a tentar perceber qual era afinal a mensagem.


Aqui sinto realmente que o meu campo lexical tem melhorado tremendamente, por isso se me ouvirem dizer que houve grande maka, com um kaluanda no dia do alambamento e que a mulher começou a chinguilar, porque não havia kumbu para o kota xupar uns copos, não se assustem. No fundo o que eu quero dizer é "no dia do noivado de um habitante de Luanda houve problemas porque não havia dinheiro para o pai da noiva beber uns copos e ela passou-se da cabeça".




Aqui estamos sempre a "bumbar".




Para finalizar deixo-vos algumas pérolas, registadas desta feita fotograficamente.




What a wonderful world

Aqui fica registado mais um momento memorável, desta vez não meu.
Quando ouço esta música aqui, parece-me que a letra se encontra despropositada do objectivo... mas do lado de baixo do Equador tudo fica de pernas para o ar

sábado, 27 de outubro de 2007

A melhor música do Mundo

Ouçam esta versão da Weeping Song. Está fantástica, mas não sinistra porque não entra o Blixa e o barquinho de madeira a navegar num mar de plástico...


http://www.youtube.com/watch?v=mQVTvOn7RtQ

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

um dia nas compras


Todas as imagens que possas ter sobre um mercado em África, materializam-se em qualquer mercado Angolano. É sempre um prazer e um divertimento circular na zona do peixe e da carne "frescos", na zona das frutas e, claro na zona mais feminina, a dos panos.

A confusão é total, mas não te sentes incomodado por isso, antes te sentes quase em casa. Excepto quando se trata do cheiro, do peixe seco, da carne, da lama...Não são esses os cheiros que nos recordam África certamente.

Mas a mistura de cores, de gente, a rapidez com que os velocípedes circulam nas estreitas estradas do mercado tornam a vida mais animada.

E quando de lá sais pensas "ainda bem que estou aqui".

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Nada de especial!



Quando passas na rua e olhas para o lado, em que pensas? Inúmeras são as sensações que nos percorrem o sangue, mas aqui é diferente é mais frio. Ficas como que vazio, talvez porque as imagens se cruzam com demasiada rapidez.
São tantos, os homens, as mulheres, as crianças… principalmente elas, as crianças! São as que mais arrepiam quando nos olham nos olhos sem censurar a nossa pressa.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

A maternidade



A voz que nos chama à maternidade é realmente forte, mas como nunca está na hora, nunca é a altura certa e nunca temos dinheiro para termos um filho nosso, "adoptámos" o Nelito. É o filho a quem chamamos nosso aqui.


Temos a sua presença como companhia, a embalar-nos os fins-de-semana.


Fica aqui o registo do filho adoptiva da casa grande.

Memórias da Banda

A Banda...



Algumas recordações de Angola...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

índice


Não me consegui lembrar de um nome mais apropriado que simplesmente índice. Talvez porque precede uma história, porque nos dá a sensação que é o começo. Parece-me o ponto de partida indicado para esta aventura que é Angola.

Esta aventura teve início em 13 de Maio de 2007 (bem aventurada data). Esta outra, começa agora!