quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
"RAPI NÚ EAR"
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
o Culto
Vejo as coisas e ouço músicas, não porque seja louca, mas porque já quase tudo se disse sob a forma de canções.
Tenho pensado numa que só o título diz tudo sobre Angola:
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Parabéns a você, nesta data querida, muitas felicidades muitos anos de vida
sábado, 14 de novembro de 2009
Calcorreei estas estradas e picadas de norte a sul, fiz milhares de quilómetros por locais onde nunca pensei poder passar, vi coisas assombrosas (tanto pela positiva, como pela negativa).
Se as paisagens te absorvem num frenesi de cores, tonalidades, cheiros e sensações indescritíveis, também as negativas te marcam bem fundo na pele, como se te estivessem a marcar com ferro em brasa.
Atravessei Províncias onde não há uma única estrada pavimentada, mas onde a arrogância do petróleo prevalece, como se adiantasse alguma coisa ao facto de haver milhares de km de estradas por fazer, pessoas subnutridas, subdesenvolvidas, onde não há água, onde não há escolas ou centros de saúde. Onde para chegares quase precisas de um barco! Locais onde ao lado de uma instalação industrial vivem povos nómadas que se alimentam dos restos. Restos espalhados por toda a parte, numa imensidão de terreno. Terrenos que eram seus, onde montavam as cabanas e punham o gado a pastar, onde passavam para ficar no Verão chuvoso ou para dar de beber ao gado no Inverno seco. Pensar que há pessoas que vivem num estado de miséria tal que nos é impensável imaginar que se pode viver assim. O que fazer num mundo em globalização? Manter as tradições, ou fazer com que as crianças vão à escola, aprendam, cresçam e se tornem mais do que alguma vez poderão vir a ser a roer os ossos que nós deitámos fora?
Manter as tradições nómadas, as roupas, os penteados, os costumes, as línguas, ou dar a oportunidade de nos tornarmos iguais?
É este o principal choque de uma sociedade “moderna”. Um país em transformação, alguns dirão.
É por isso que afirmo que estou zangada com este país. Este país que tem tanto para oferecer, mas que o faz a tão poucos. Zangada porque o sonho de muitos desvaneceu-se numa fila do socialismo esquemático…
Só me resta dizer: Vamos fazer mais como então?
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Dias e dias seguidos
A Vida em África é tão cheia de pequenas nuances que o tempo para outras coisas vai-nos escapando para escrever sobre outras estórias que não aquelas que nos enchem os dias.
Em suma, 12 dias de férias, por terras Croatas. O que há para dizer? Essencialmente há muito mais para ver do que foi visto e muito mais para dizer do que posso relatar nestas poucas linhas a que me reservo.
O que aprendi? Que há países onde o património Natural e Cultural não é espoliado. Tudo é provido de valor e tudo tem um preço, depende se estás ou não disposto a pagá-lo. O escândalo de ter que pagar para passear numas muralhas que são património da Humanidade, ou para entrar num Parque Nacional não me deixou fechar a boca. Imaginem-se a ter que pagar para entrar no Centro do Porto ou no Parque Nacional do Gerês! É exactamente a mesma coisa.
Aprendemos também que manter a fachada é algo que se desenvolve: fachada de que vivemos numa sociedade equalitária, que vivemos numa feliz democracia, que os estados são laicos, que a qualidade de vida na velhice é uma garantia, que os direitos são iguais para todos
Numa primeira impressão a Croácia é um país extremamente organizado, onde a população vive com qualidade de vida, bons carros e boas casas, quando se arranha algo mais que a superfície, começa-se a ver que não é bem como aparenta.
Uma das coisas que mais me impressionou foi o facto de não haver pedintes, não haver pobres, não haver um estrato baixo da sociedade… Inverosímil, parece-me antes uma paz podre, uma falsa calmaria antes da tempestade. Não é possível que num país onde o salário mínimo é de 200 € e o custo de vida seja idêntico ao de Portugal as pessoas consigam sobreviver. Talvez seja uma herança do Tito, esta que as pessoas mantenham a sua dignidade.
Outra das coisas que aprendi é que é bom ser um cidadão do Mundo, desde que pagues os impostos que contribuam para que possas ter uma reforma. É bom ser mente aberta e calcorrear os 4 cantos do Mundo, falar diversas línguas e ter teorias desenvolvidas e patenteadas, desde que aos 80 anos consigas ter o que comer na mesa. É bom ser-se jovem ou velho, não importa a idade, e ir atrás do amor da tua vida, mas não chegar aos 55 anos e pensar que os filhos se esqueceram de quem nós somos. Tudo isto aprendi com uma família singular: ele Croata, um livre-pensador formado em Cambridge que se apaixonou pela Venezuela, e ela uma Venezuelana que abandonou a Venezuela, a família, e que pinta e trata de outros para que nunca falte uma migalha de pão numa casa onde nunca se sabe se vai haver dinheiro para a próxima renda.
Em suma, vale a pena ficar assolado com a magnitude de Split (linda de morrer!), com o dourado de Dubrovnik, com o verdejante das ilhas e o azul cristalino do Mar Adriático.
Vale a pena ir a Mostar e ver de que forma as guerras mudam as cidades e as vidas. As diferenças culturais são evidentes entre a Bósnia Herzegovina e a Croácia. NA Bósnia encontrei algumas recordações da infância: umas chanatas de lã, umas t-shirts com a cara do Tito, os bivaques dos Cossacos, os casacos do exército vermelho… para onde me voltava encontrava algo que me recordava uma infância. Via ponte de Mostar, aquela que foi destruída por uma guerra estúpida e reconstruída novamente. Vi uma cidade que em muito me fez lembrar o Huambo. Prédios carcomidos pelas balas, tectos destruídos pelas bombas e acima de tudo o espelho da guerra nos olhos das pessoas. O futuro? Qual será ele para uma cidade também Património da Humanidade (mas aqui não pagas para poder passar a ponte)?
Nesta viagem foi possível ver que nem sempre separarmo-nos faz com que fiquemos ou sejamos melhores. Não significa que sejamos mais produtivos e mais inteligentes. De facto apenas significa que perdemos muito em sermos apenas actos isolados e não um grande NÓS!
Em suma, vale a pena ir à antiga República da Jugoslávia, ver as assimetrias, encontrar gente saída do underground ou do Gato preto, Gato Branco… (esta foi uma das melhores partes – dar nomes às pessoas de acordo com as suas semelhanças cinematográfica e baptizar com nomes de filmes as situações mais caricatas), ver o que a solidão faz às pessoas e que estar à beira da morte nos faz pisar o limite da decência humana.
Wellcome to Croatia, have a nice holliday!
domingo, 25 de outubro de 2009
Dia Mundial do Quê?
Ouvia atentamente na rádio local que era o dia mundial do motorista, ou algo semelhante. Para o comemorar nada melhor que chamar os nomes sonantes para discutir a mortalidade rodoviária.
O locutor revelava que é a sinistralidade rodoviária a segunda maior causa de morte em Angola, a seguir à Malária. O objectivo era apurar as causas de tamanho flagelo.
Abismada ouvi a enumeração das mesmas: estradas mal construídas, falta de sinalização, e um rol de informações desnecessárias.
Porque não começamos pelo início? Será que ninguém equaciona a falta de civismo?
Talvez devessemos começar por aí.
sábado, 17 de outubro de 2009
Dia 3 -frequências e bites
Números que significam horas, km, coisas, pessoas, decibéis e frequências… tudo o que vemos, fazemos são números de coisas.
Assim, chegámos ao dia 3. Este dia foi o dia de Circles (dos Soul Coughing). Círculos, porque a Terra é redonda, porque as coisas mais preciosas da vida não têm ângulos rectos, e acima de tudo, porquê andar em linha recta quando podes andar em círculos?
Bom, dia número 3, começa numa pousada da Juventude em Pula, na península de Hístria.
Duas adolescentes em fúria conversam em voz alta (depois de uma noite a ranger os dentes, ninguém merece). Como sou mal afamada nestas coisa de mau acordar mandei-as ir pregar para outra freguesia. Tendo em conta que a nossa diferença de idades era superior à metade da minha idade (certamente) obedeceram-me e calaram-se. Depois acenderam a luz: mas que mal fiz eu ao Mundo??
Já não havia mais nada a fazer senão entrar nas sharede facilities da pousada e ir resmungar para o banho de água fria…
Para além de circles, também há uma música que se adequa e me palpita no cérebro, que começa: estou velho, dói-me o joelho, dói-me parte do antebraço….
Depois arriscamo-nos a ir tomar o pequeno-almoço da pousada. Maravilha, virada para o Adriático cheio de adolescentes com borbulhas. Que mais se pode pedir?
Bem abandonamos rapidamente a pousada da Juventude e seguimos em direcção ao centro de Pula.
Pula aconselha-se pelo seu belo anfiteatro romano, com capacidade para albergar 25.000 espectadores. Este era um anfiteatro dedicado aos gladiadores. É imponente pelo seu tamanho e bom estado de conservação.
Uma volta rápida pela cidade, porque pagar 20 kunas (3 €) por uma hora de estacionamento não compensa.
Perto de Pula há algumas praias boas para se visitar. O azul do mar é a primeira coisa que se retém. As ilhas espalhadas ao longo da costa, tantas e tão perto que quase lhe chegas com o dedo. Os barcos à vela também preenchem o nosso horizonte. Vontade de mergulhar.
Lição número 1: leva uma colchonete se quiseres fazer praia na Croácia. As praias de calhau rolado calcário ferem as costas…
Lição número 2: não te deixes entusiasmar pela primeira praia que vês: a seguinte é muito melhor.
Lição n.º 3: leva uns chinelos para a água que não te saiam dos pés (esta é para a Parceira que faltou este ano).
Após uma conturbada hora de praia, entre frio e calor, banho de água quase gélida e etc, decidimos que era hora de darmos outro rumo à nossa vida.
Ora, lendo o guia tudo indicava que Labin e Radan eram bons destinos finais. O conselho para fazer a pé os km que separam estas duas cidades é que não era tão aliciante.
Bom, lá fomos nós. Radan primeiro: o mar, que mar! Transparente como os do meu avô.
Uma baía de pedras brancas, com pequenos restaurantes a ocupar a marginal.
Entretanto começou a chover. Abrigámo-nos para o café.
Daí partimos para Labin: parece uma cidade museu. Nas paredes há inúmeras inscrições que nos lembram que estamos numa terra de resistentes ao fascismo italiano. Por todo o lado aparecem as estrelas socialistas a indicar que a casa foi habitada por um membro do partido comunista ou por um resistente ao Duce. Muitos morreram jovens, a prová-lo está o conjunto de estátuas que ladeiam as muralhas.
Muitas das coisas estão escritas em Italiano ainda, conseguindo assim o comum dos mortais de língua latina interpretar o que está escrito.
Labin é uma cidade encantadora, parece saída de um conto de fadas. Em pano de fundo ouvem-se as crianças a ensaiar as músicas. Parece haver muito por trás destas paredes seculares.
Depois de explorar Labin, decidimos retomar a cruzada para Sul. O local mais provável era Rijeka ou perto, Opatjia. Optámos pela segunda. Uma cidade com tons neo-clássicos. Parecia o Estoril!
Ficámos num aparthotel agradável, mas caro (60 €/noite sem pequeno almoço). Em Opatjia fizemos a melhor refeição de toda a viagem. Recomenda-se o restaurante Hemingway que fica do outro lado (mesmo do outro lado) da cidade, junto da marina. É um local reservado, mas com uma cozinha chique. Embora tenhamos comido frango (tal como ao almoço), mas comemos com classe.
É sexta à noite: o que se faz na Croácia??? Nada, pelo menos em Opatjia. Parece que o mau tempo fez com que todos se recolhessem aos aposentos. Embora com fama de boa animação nocturna, só vimos uns bares mal amanhados com turistas de fundo de garrafa e um bar de karaoke, num imponente hotel lá do sítio. Abba??? Nem pensar. Fomos para casa dormir.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
interlude
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Dia 1
Ainda sobre o dia n.º 1: rapidamente nos apercebemos que dia 09/09/09 só poderia ser um bom presságio… conseguimos o carro e um sítio para dormir em França, numa terra adorável.
Depois disso o que poderia acontecer no dia 2?
O dia 2 começa no dia 10/09/2009
Acordamos cedo, mas não tão cedo, para aproveitarmos bem o dia.
Como continuávamos sem ter olhado para o Guia turístico, só sabíamos que tínhamos que ir em direcção a Itália.
Mapa: não tínhamos. E nem pensar em gastar dinheiro nesse supérfluo bem . Apenas na bagagem uma impressão do Via Michelin de Marselha para Veneza e de Veneza para Dubrovnik.
A certeza de um caminho não é tudo na vida, pois não? Então há que rumar em direcção ao país vizinho.
Para chegarmos à Croácia teríamos ainda que atravessar o que restava de França, Itália, Eslovénia e só depois Croácia.
Então, as duas turistas já com um cd no carro, embarcaram na estrada de ligação.
O trajecto inicial é simples: segue-se para Milão. Do lado direito só se vê mar e um enorme número de povoações incrustadas nas Rochas. Os túneis multiplicam-se e estava na altura de começarmos a ouvir Archade Fire, com TUNELS em stereo.
AS mulheres param em quase todas as estações de serviço, seja ele qual for o objectivo: tomar café, fumar um cigarro ou ir à casa-de-banho… enfim há sempre um bom motivo.
Depois o trajecto complica-se e complica-se ainda mais se o co-piloto estiver distraído: aí em vez de ires para Veneza podes ir parar a Milão!
Sem stress, parámos numa estação de serviço para ver o mapa e logo nos apercebemos que estávamos a km de distância da rota inicialmente traçada. Sem makas… Estávamos de férias afinal…
Fomos indo, fomos indo e quando reparámos estávamos já a entrar na Eslovénia. Aí acho que olhámos para o guia e decidimos ficar na Ístria. Parecia-nos um bom destino com praias bonitas, parques nacionais, Ilhas e ruínas romanas em todo o lado.Mas deixem-me falar primeiro da Eslovénia: acreditam que eles aparam a relva das bermas da estrada? Está tudo perfeitamente limpo e verde. Não há relance de floresta queimada, apenas km e km de florestas onde, apesar de as estradas parecerem as de Trás-os-Montes, circulam os turistas e ninguém parece preocupado com o estado das estradas, nem a tentar inventar uma fórmula que prove que as estradas trazem desenvolvimento…
Mas continuando: chegando à Croácia: controlo de passaportes.
Aqui deixo um espaço para a minha lembrança de há 10 anos atrás, quando num comboio que seguia de Budapeste para Veneza parámos não sei quantas vezes com “passport control! Anissing to declare?”
Bom, memórias à parte, entrámos na Ístria. A paisagem muda e de faço parece que os países são feitos não só da sua língua mas também dos seus montes e vales, praias e lagos… tudo é diferente.
Aqui tenham atenção: há vários caminhos para chegar a Pula, uma antiga cidade romana e uma das principais da península. Evitem o que vos leva pelo túnel (que tem uma extensão incabável) e que custa a módica quantia de 4 € só para atravessar. Para além de achar que por fora seria mais bonito.
Descemos em direcção a Pula, que fica mesmo cá em baixo na ponta da península. Aí recomeçámos a nossa luta de encontrar um lugar para dormir. O Croata não é uma língua acessível por isso perceberes o que está escrito nas placas às vezes tornasse complicado. Às voltas e mais voltas encontrámos uma placa que dizia: youth Hostel.
Ora nem mais, olhámos uma para a outra e pensámos: ainda escapamos… e assim foi, no meio do nada encontrámos o nosso lugar de repouso.
Uma pousada da juventude! Partilhámos o quarto (beliches) com 2 jovens inglesas que pareciam interrogar-se sobre a nossa presença.
A casa de banho era mista. Digamos que com esta idade já não estamos para essas aventuras, mas por 17 €/ cada com pequeno-almoço, não podíamos reclamar muito.
Dormir barato tem as vicissitudes de não dormires porque uma das catraias rangia os dentes como se o mundo fosse acabar e a nossa salvação dependesse disso. Alguns anos a ouvir ranger dentes permitiram-me desenvolver uma técnica eficaz que demove o mais destemido rangedor profissional.
Avançando para o jantar: Embora vos digam que na Ístria se come um maravilhoso marisco e peixe com abundância, para além de um delicioso risoto não acreditem.
Todos os pratos são tipo combinados e a comida parece a dos nossos snack bars, mas menos saborosa e bem confeccionada. Há gente que não sabe o que é boa mesa neste mundo.
Mas em frente, amanhã viria um novo dia.
domingo, 4 de outubro de 2009
Dia 1
sábado, 3 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Uma aventura na Croácia
Os primeiros foram de carro, com um atrelado e vontade de ver o que havia nos países não alinhados.
Depois, ainda tornaram a partir, mas outros e de comboio, à procura também das suas aventuras.
Passados 20 anos, depois da dissolução da Jugoslávia e de uma guerra civil que durou demasiados anos, e motivada por uma nova pandemia que me fez abandonar a ideia de atravessar o Atlântico, foi a vez da sobrinha se aventurar até ao Adriático.
De facto a Croácia é tudo aquilo que dizem ser, vale a pena ser vista.
Vou tentar aqui ir fazendo uma resenha dos 12 dias que passei a descer a Croácia desde a Hístria até Dubrovnik.
Aqui vai.
Dia -4 até ao 0: Poderíamos até remeter até longos períodos antes. A marcação da viagem.
O destino era conhecido: Dubrovnik.
O ponto de partida… ainda não. Tanto poderíamos ir de carro desde o Porto, como de Marselha, Zagreb ou Split. O ponto de partida foi definido por quem tem medo de andar de avião: Marselha.
O objectivo: alugar carro e fazer largos km. Tudo bem, aqui vamos nós.
Mas momentos antes, lembrei-me: será que podemos ir até à Croácia com um carro alugado na EU? Parece que sim, bastava pagar um seguro.
No dia -4: ao aterrar no Porto, tenho uma mensagem: liga-me! Não podemos ir com um carro francês para a Croácia. Aqui a situação assumia contornos caóticos, mas ao menos tínhamos um guia.
Não há problema, alugamos carro em França e vamos até Itália e de Itália aluga-se outro carro para a Croácia.
No dia 0 recebo um telefonema a perguntar se efectivamente pretendo alugar o carro, pele módica quantia de 150 € mais o simbólico valor de 300 € para transportar o carro de Milão até França.
Tudo parecia que a viagem estava destinada ao fracasso… mas para mais informações há que ver os próximos episódios.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Quand viens le fin de l'étè
terça-feira, 22 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
As últimas novidades
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Camping em Cabo Lêdo
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Um passeio no Kwanza
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
A ver passar o vento
Até à data, tem-se comprovado uma boa teoria, não desfazendo dos amigos que têm o barco e da simpatia de me acolherem a bordo.
Quando no Sábado liguei a uns amigos para lhes falar de um amigo que gostava de andar de barco, recebo o convite para fazer parte da tripulação no Domingo. Nem hesitei. Perguntei às minhas parceiras se estavam interessadas e marcámos o encontro para Domingo no Club Náutico às 13.
Ainda recebemos o aviso: tragam casacos que está frio. E levámos uns casaquitos de malha que se revelaram infrutíferos em matéria de protecção contra o frio gélido do vento. Convém dizer que eramos as 3 marinheiros de banheira...
O Objectivo era ver as baleias. Nesta altura do ano as baleias migram desde o frio do Pólo Sul, até ao Gabão para darem à luz. É possível vê-las com facilidade a pocas milhas da costa.
Zarpámos do porto, atravessando a fedorenta baía de Luanda (triste de ver), à espera que mais ao largo o vento fosse mais favorável.
Fomos andando devagar até cruzar a ponta da ilha.
Entretanto íamos tendo as conversas habituais: conheci alguém que vos conhece e é primo, de não sei quem. E tu quem és? Ah, eu sou filha do fulaninho tal que é primo de alguém. Daquele que trabalhava ali? E tu és sobrinho desse? Andei com o teu tio ao colo.
Numa viagem de barco, chegasse facilmente à conclusão que o mundo é um penico!
Mas focalizando no barco, começámos a velejar em direcção ao mar alto, na expectativa de ver um repuxo... mas nada.
O frio começava a apertar, estavamos a voltar, e nada. Os enjoos começaram...e nada.
Mas eis que sentada a conversar de repente vejo uma barbatana dorsal, ponho-me a pé e digo: é um golfinho!
Não era 1 mas 3 que nos deram o prazer da sua companhia quase até à entrada da Baía, onde água se torna demasiado poluída para suportar qualquer tipo de vida.
Foi um deleite obsevarmos os saltos e as bricadeiras...
Será que nos voltamos a ver?
quinta-feira, 30 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Rebelião!
segunda-feira, 27 de julho de 2009
sábado, 25 de julho de 2009
A menina dança?
Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic 'til I'm gathered safely in
Lift me like an olive branch and be my homeward dove
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Oh let me see your beauty when the witnesses are gone
Let me feel you moving like they do in Babylon
Show me slowly what I only know the limits of
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Dance me to the wedding now, dance me on and on
Dance me very tenderly and dance me very long
We're both of us beneath our love, we're both of us above
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Dance me to the children who are asking to be born
Dance me through the curtains that our kisses have outworn
Raise a tent of shelter now, though every thread is torn
Dance me to the end of love
Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic till I'm gathered safely in
Touch me with your naked hand or touch me with your glove
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Luanda e uma kaluanda
É isso mesmo, imaginem um Domingo, sem bateria no telefone, com dois canais de televisão e os amigos a dormir depois de Sábado à noite.
A luz do dia começa a entrar teimosamente no nosso espaço, a partir das 6:00. Em Luanda não há persianas nas janelas, por isso os quartos são espaços conspurcáveis pela luz matinal… não há qualquer poção que faça mudar o empertigado sol de África quando irrompe pela manhã de Cacimbo.
Depois de lutar com venda dos olhos, apertá-la, reforçá-la com a almofada, vi que nada poderia devolver-me o sono.
Assim, levantei-me da cama, tomei um banho, tomei pequeno-almoço e decidi sair de casa.
Para onde? Para começar do outro lado da rua, tomar um cafezinho, depois sair para uma volta pelas redondezas, afinal a vizinhança até é boa, constituída por embaixadores e ilustres membros da sociedade angolana. Não há que temer.
Deixar a carteira em casa, sair com o essencial, por os óculos de sol e sair a pé.
O tempo está agradável, sem aquele abrasador tom de Verão. O cacimbo é de brandos costumes…
Os passeios a pé permitem-nos coisas interessantes, tais como encontrar pessoas conhecidas que se passeiam também de carro ou a pé, tentar adivinhar as espécies de plantas que crescem nos quintais, observar as crianças nos jogos de futebol. Observar a dinâmica desta cidade.
Há que regressar. Agora o que fazer?
E assim, fui ocupando o meu dia… lendo, cozinhando, saindo para tomar café.
O interessante de Luanda é que podemos encontrar gente amiga em qualquer lado. A tomar um café na Baía ou simplesmente a passear no teu bairro.
A marginal ao Domingo enche-se de graça, de luz que se reflecte na baía e ilumina todo o espaço, agora livre de carros a soprar fumos do inferno pelo escape. Ao Domingo a cidade mexe-se. Não há a gritaria das buzinas, o aperto do vendedor de rua que tenta impingir tudo o que traz nas mãos: toalhas de banho, perfumes para os carros, chicletes, catanas…
Inquiro-me sobre o destino das kitandeiras… e aí paro para trautear uma música do Rui Mingas.
Mesmo parada, há nesta cidade uma imensidão de cor e de luz. Embora os Domingos sejam dias parados, há sempre uma cidade que se mexe, mesmo que sejamos nós a mudar de lugar.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Parabéns a você!
segunda-feira, 29 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Compras...
(a carteira do mercado do Soyo)
Os sapatos do fardo (Huambo)
sábado, 13 de junho de 2009
Guerra e Paz
Resta a pergunta: o que vamos fazer com os nossos loucos?
quarta-feira, 10 de junho de 2009
A música dos nossos dias.
Já passaram muito anos, 18, depois que uns senhores guedelhudos, com ar de surfistas, mas com leggins dentro de calções e camisas de flanela começaram a cantar canções um tanto ou quanto ruidosas e mal amanhadas, mas que adorávamos.
De repente as rádios foram invadidas por sons diferentes, como se estivéssemos a ouvir uma outra frequência, e os adolescentes correram a deixar crescer os cabelos! Que tempos maravilhosos.
Foi aí que a malta começou a ir buscar as camisas de flanela dos pais (o meu pai tinha uma giríssima roxa, azul e verde da qual me apropriei de imediato), as doc Martens (e subsidiárias) tomaram conta dos pés dos adolescentes. Ainda me lembro de uma camisa da minha prima, que era bordeaux, cinzenta e branca: era giríssima!
Quer se queira quer não há o cenário musical antes e depois de “never mind”. Nessa altura começou a ser possível comprar discos (de vinil claro) nas discotecas locais, apareceu o “vira o vídeo” onde desfilavam nomes sonantes do mundo musical português: Zé Pedro dos Chutos, Xana, Flac, que nos apresentavam nomes nunca antes pronunciados.
Aí passavam sem pudor ou censura Alice in chains, Metallica, The Cult, Nick Cave and The Bad Seeds, Peal Jam, and so on… Era um regalo para ouvidos, ainda que tivéssemos que encaixar algumas músicas a martelo.
Depois era pedir ao amigo mais versado em inglês se nos escrevia as letras das músicas para cantar de cor, gravavam-se cassetes com as mesmas músicas repetidas até à exaustão.
Pais em delírio gritavam: mas vais com as calças rasgadas para a escola? A gente saía com o caderno a tapar o joelho, quando era nos dois era mais difícil de disfarçar.
Bons tempos…
Isto porquê? Porque há uma fiel amiga que me diz que arranja um MP3 cheio de músicas giras.
Bom, eu não quero! Estás louca? Eu quero o meu Nick, a PJ, o Ian, o Eddie de volta.
Claro que há sempre outros discos que podemos por no lixo, porque já foram gastos e já chateiam. Não vou ouvir muito a mesma música, não te preocupes.
Também quero dizer que me chateio de ouvir músicas muito longas. Adormeço a meio de Led Zeplin ou de Doors, mas nunca me canso de ouvir uma musiquinha de dEUS que demore aí uns 30 seg…
É a idade.
E era aqui que eu queria chegar e é também aqui que vou ser ostracizada e crucificada. Quando apareceu o grunge surgiu aquele conceito de que: fazer as coisas simples é que é complicado. Meus caros isso era uma desculpa esfarrapara para justificar o facto do Kurt Cobain só conhecer 2 acordes, assim como vocês aos 14 anos.
Música boa é mesmo aquela que não demora mais de 2 minutos. Vá se lá saber porquê e não se fala mais nisso.
sábado, 6 de junho de 2009
Então, para animar as hostes, resolvi ouvir uma musiquinha animada e engraçada.
Nada de depressões e filosofias de mesa-de-cabeceira.
Aqui vai.
http://www.youtube.com/watch?v=_piSc0NMKGk
E "prontos" não se fala mais nisso
quarta-feira, 27 de maio de 2009
SOS
Não vejo o SOS em lado nenhum
L'ecume des jours
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Space Invaders
sexta-feira, 15 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Este ano houve Cravos!
Esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
A paz, o pão habitação saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
(Liberdade, Sérgio Goinho)
domingo, 26 de abril de 2009
São dois p'ra lá, dois p'ra cá
São 7h de viagem entre Luanda e Lisboa, mais 5 horas à espera de um avião na Portela, mais 50 minutos entre Lisboa e Porto. Tudo somado dá cerca de 13 horas de viagem.
Não vou falar sobre viagens, nem sobre o que a TAP rouba em cada viagem, nem sobre o aeroporto 4 de Fevereiro... Não o que me impressiona verdadeiramente é observar.
Fico impressionada com a capacidade de pressão que os Portugueses conseguem exercer sobre um ecrã onde consta o tempo que falta para as malas chegarem.
É de facto uma delícia observar o que somos capazes de fazer:
1º- colarmo-nos uns aos outros nas Filas;
2º- tentarmos ludibriar o sr. da fronteira;
3º- amontoarmo-nos à saída do tapete das malas, na expectativa de que a nossa seja a primeirinha de todas;
4º - agarramos com toda a força o comando da consola, como se isso fosse fazer com que funcionasse, mesmo sem nós eprcebermos como...;
Esta última é de facto a melhor de todas! Não me canso de observar o olhar exasperado dos viajantes, o tremer nervoso da perna e a posição de arranque antes de abrirem as portas do autocarro.
Enfim, as viagens são longas, há que dispor o ânimo para que não sejam dolorosas.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Era uma vez o espaço
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Até quando?
Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer
Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura
(Refrão)
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?
(Repete refrão)
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante
(Refrão x2)
A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário
(Refrão x2)
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você
Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar
Escola, esmola
Favela, cadeiaSem terra, enterra
Sem renda, se renda.
Não, não
(Refrão x2)
Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro
segunda-feira, 23 de março de 2009
Mais um aninho...
sábado, 14 de março de 2009
Where the fuck is Soyo?
Inicialmente quando soube eu para aqui vinha fiz uma pesquisa na internet, que se revelou infrutífera.
Fiquei a saber que Soyo é o nome de uma empresa de electrónica Americana e que a cidade se chamava antigamente Santo António do Zaire. Nada mais aparece na internet, que revele a substância desta cidade. Nem mapas, nem bloges, nem fotos.
Reparei também que a palavra Soyo tem levado alguns cibernautas até este meu recanto de confidências feito, por isso para os mais curiosos, os que procuram saber mais do que aquilo que nos é apresentado, aqui ficam algumas imagens do Soyo e algumas notas.
Soyo move-se a três ritmos diferentes: aos ritmos das bases (Kwanda e LNG), ritmos de Angola e ritmos congoleses.
Os primeiros vivem as suas vidas encerrados em bases superprotegidas, quase não se dá por eles. Trazem tudo da sua terra, em nada contribuem para o crescimento e melhoria da qualidade de vida da população. Não compram frutas locais, fazem o seu próprio pão, não comem peixe, não saem da sua redoma de papel.
Não ousam sair com medo que algo aconteça, e algo sempre acontece. Afinal, há muita gente por aí que não gosta deles.
Contudo, à volta destas bases há os angolanos e os expatriados não americanos. Esses sentam-se à mesa do café Licy, que se localiza na via principal do Soyo.
Para além do café Licy há pouco mais para fazer. Há mais uma padaria ao fundo da rua e um pequeno restaurante com uma vista maravilhosa, vazio e escondido num beco, polvilhado de congolesas.
Voltando ao assunto anterior, o povo à volta da mesa do café.
Podemos contar a maior parte das vezes com 3 nacionalidades diferentes. A miscigenação das culturas é forte e rapidamente toda a gente fala uma mescla entre a língua local, o português, o inglês e o francês (afinal o Congo é já do outro lado do rio). Este talvez seja o lado mais positivo desta experiência, o contacto com diferentes culturas.
O Soyo não tem muito a oferecer, na realidade pouco mais oferece que uma verde e luxuriante paisagem, composta por mangal, onde a água invade por todos os lados, criando baías e reentrâncias, istmos e penínsulas, que nos dão a sensação de viver numa ilha.
(O Soyo)
Na praia, ao longe, é possível ver a flamejante chama as plataformas. No fundo penso, sem hipocrisias: é só por isto que estamos todos nesta terra perdida na fronteira.
Leva-se daqui mais uma experiência de vida. Aprende-se que há sempre algo melhor para voltar, que há piores sítios no Mundo do que afinal pensávamos, que há gente boa e má em todos os continentes e acima de tudo que de facto os Americanos são intragáveis.
Nada mais tenho a acrescentar.
(A "Praia dos Pobres")
"Praia do Canhão"
Praia da Sereia (daqui vê-se a base)
O Mercado (uma ida às compras no Domingo)